Fique muito atento se receber o telefonema de alguém que se diz funcionário do seu banco ou da operadora do cartão de crédito. Isso porque criminosos estão se fazendo passar por representantes das instituições financeiras para lesar clientes. E a artimanha tem até nome, o golpe do falso motoboy. O alerta foi disparado nesta quarta-feira (15) por um dos maiores bancos privados do país, o Itaú Unibanco.
O crime, segundo a instituição, não é novo, mas continua fazendo vítimas em todo o Brasil. Basicamente, começa com o cliente recebendo a ligação de alguém que se faz passar pelo banco ou operadora do cartão. Esse suposto atendente, que seria do serviço de combate a fraudes, diz que o cartão foi clonado.
Com informações verdadeiras da vítima como CPF e data de nascimento – o que torna a investida ainda mais perigosa –, o fraudador explica que é necessário seguir alguns passos para cancelar supostas compras irregulares. Um desses passos seria informar a senha. E depois, solicita que a vítima faça a entrega do cartão cortado ao meio para um portador. E aí entra a figura do motoboy que estaria a serviço do banco.
Em seguida, esse motoboy – um dos criminosos – vai até a vítima e pega o cartão quebrado ao meio. O problema é que o dispositivo mais importante segue intacto sem que o cliente perceba: o chip. E é assim que a quadrilha consegue realizar saques e compras. Quando a vítima percebe, o prejuízo já é grande.
– O golpe do falso motoboy é de engenharia social, que não usa nenhum tipo de força. Eles se fazem passar pelas centrais de atendimento do banco, por isso têm enganado tão bem as pessoas – alerta o superintendente de segurança corporativa do Itaú Unibanco, Richard Bento.
Investimento contra crimes é de R$ 2 bi
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o setor bancário destina cerca de R$ 2 bilhões por ano para desenvolver ferramentas destinadas a evitar fraudes. Mas tão importante quanto a tecnologia são os cuidados que os clientes precisam adotar não apenas com suas informações bancárias, mas também com as informações pessoais.
– O fraudador tem enfrentado bastante dificuldade em conseguir transpor essas barreiras que os bancos fizeram. Então, eles estão se voltando para métodos criminosos que apelam para a confiança do cliente, que acaba sendo o elo fraco. Nosso papel é ajudar o cliente a entender o que fazer e o que não fazer – diz Bento.
O superintendente de segurança corporativa do banco afirma que é preciso atenção redobrada quando alguém entra em contato pedindo para falar ou digitar dados bancários e, principalmente, senhas. Os bancos não atuam dessa forma, garante ele.
Confira dicas para não cair no golpe do falso motoboy
1. O banco não envia portadores (motoboys) para retirar cartões e nunca pede sua devolução, ainda que inutilizados.
2. Sempre que for descartar um cartão, independentemente do motivo, é fundamental cortar o chip, além da tarja.
3. Caso receba alguma ligação com esse tipo de abordagem ou qualquer movimentação suspeita, não pense duas vezes: desligue imediatamente!
4. A partir de outro aparelho de telefone, entre em contato com a central de atendimento do banco usando os telefones indicados no site da instituição ou que estão no verso do cartão – ou fale direto com o seu gerente.