O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, nesta quinta-feira (5), um novo programa para desenvolvimento de startups. O BNDES Garagem prevê a oferta de serviços para as empresas nascentes em um mesmo espaço físico, como apoio para registro de empresas, contabilidade, marketing, tecnologia e a presença de escritórios de fundos de financiamento.
Na sexta-feira (6), o banco lançará um edital para contratar uma aceleradora de startup que atuará no programa, com orçamento de R$ 10 milhões na primeira fase. A aceleradora selecionará, em novembro, 60 startups inovadoras. Em setembro de 2019, mais 60 serão selecionadas. A prioridade será para aquelas que apresentarem soluções relacionadas ao planejamento estratégico do BNDES: educação, saúde, segurança, soluções financeiras, economia criativa, meio ambiente e internet das coisas (é a tecnologia de conectividade e troca de informações entre máquinas e equipamentos), aplicada a cidades inteligentes, ao meio rural e à indústria.
O objetivo do banco é reunir, em um único espaço, programas de criação de startups e de aceleração de negócios inovadores, local de coworking (compartilhamento de espaço e de recursos), laboratórios de inovação, universidades e escolas de negócios, gestores de fundos de investimentos, grandes empresas de tecnologia, entre outros.
Segundo o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, a participação das startups será gratuita, com oferta de serviços de apoio, como registro, contabilidade, marketing e a estrutura física de trabalho. O banco também não exigirá participação no capital social da startup.
— O objetivo para o BNDES é desenvolver o negócio. Vamos criar espaço para colocar os produtos (do banco) também. Serão grandes clientes do BNDES no futuro. É uma estratégia de relacionamento comercial — explica, ressaltando que não será obrigatória a adesão das startups a produtos do banco.
De acordo com Oliveira, o programa faz parte da mudança de foco do BNDES, de grande para pequenas empresas. Segundo ele, até maio, 50,7% dos desembolsos do banco foram para micro, pequenas e médias empresas — cerca de R$ 11 bilhões.
— Foi a primeira vez que a maior parte dos desembolsos do banco foi para pequenas e médias empresas — afirmou.
No ano passado, o total destinado a essas companhias foi de 40%, ante uma média histórica de 30%. Segundo ele, o BNDES não tinha nenhum produto específico para empresas nascentes e o programa vem para completar o portfólio da instituição.
— Nossa expectativa é que, com esse serviço, tenhamos a criação de novas empresas inovadoras que vão se destacar no cenário nacional — afirmou.
A ideia é que, ao longo do desenvolvimento das empresas, elas possam acessar fundos já existentes com recursos do BNDES. De acordo com Oliveira, o banco tem participação em 37 fundos de venture capital e private equity com capital total de R$ 16 bilhões, sendo R$ 3 bilhões do BNDES.
O BNDES Garagem funcionará em uma sede provisória no Rio de Janeiro a partir de novembro e, a partir de 2019, migrará para um espaço definitivo. Sessenta startups serão selecionadas neste ano e mais 60 no ano que vem.
*Com Agência Brasil