O frete grátis oferecido em sites que vendem produtos direto da China pode estar com os dias contados. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Guilherme Campos, disse que a estatal planeja aplicar um novo sistema de cobrança que irá acabar com os chamados "camelôs eletrônicos" ainda em 2018.
Segundo Campos, o sistema levará o comprador a pagar o custo do frete no momento da entrega, ou seja, adeus frete grátis. Ele também afirmou que a empresa vêm buscando uma aproximação com o governo chinês para convencer os fornecedores do país a enviarem informações eletrônicas sobre os produtos.
O que acontece é que esses sites contratam serviços postais mais baratos, as chamadas "pequenas encomendas simples", que não possuem nenhum código de rastreamento. A consequência: fica impossível realizar o acompanhamento da encomenda e não há nenhuma garantia de que ela foi enviada.
Segundo os cálculos de Campos, os Correios acabam subsidiando os fornecedores da China em cerca de R$ 1 bilhão por ano. A estatal estaria deixando de faturar R$ 15 por volume.
O presidente ainda disse que isso representou uma perda de 6% de toda a receita da estatal no ano passado, que acumula três anos seguidos de prejuízos.
O prazo para entrega que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos dá para produtos trazidos do exterior como pequenas encomendas simples é de 40 dias úteis. Nesses sites, a espera pode chegar a três meses.