Com muitos idosos prestes a colocar a mão nas cotas do PIS/Pasep – o início dos pagamentos começa no dia 19 de outubro –, uma dúvida pode surgir na vida dos endividados: quitar o valor antecipadamente de uma dívida ou guardar o dinheiro?
Como quase tudo em finanças pessoais, não existe uma regra absoluta. Em muitos casos, antecipar os pagamentos pode não ser a melhor opção. Confira o que diz o consultor financeiro e palestrante Jaques Diskin.
Se já se tem o dinheiro, quitar uma dívida antecipadamente não é melhor?
Depende muito da dívida. Caso seja um parcelamento em dez vezes pelo cartão de crédito, por exemplo, sem juros, você vai quitar por qual motivo? É preciso haver uma vantagem para quem está quitando, um desconto. Quem financiou um carro, por exemplo, provavelmente não terá um desconto equivalente aos juros que já foram cobrados se decidir quitar. Sem contar que a pessoa poderá estar se desfazendo de uma reserva financeira.
Quando, então, pode ser melhor quitar a dívida usando esse dinheiro?
Sempre nas dívidas de juros mais altos, nesta ordem: cartão de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais. São dívidas que se tornam muito altas e podem se tornar impagáveis. Nesses casos, se a pessoa já tem o dinheiro, não tem o que esperar, deve quitar logo para que o valor a pagar não fique ainda mais pesado. De maneira geral, sempre que o valor dos juros cobrados em uma dívida forem maiores do que o de eventuais investimentos, o melhor é quitar.
E na hora de pagar, há como negociar no banco ou na financeira?
Nunca é muito fácil negociar. Aconselho ir ao banco ou financeira e, antes de dar uma posição final sobre a proposta para quitar a dívida, voltar para casa. Avalie com calma se é a melhor opção. Vale conversar com alguém que tenha experiência e conferir se encaixa no orçamento da família. O problema é que a maioria das pessoas não faz orçamento de receitas e despesas, o que dificulta a análise. Caso você não tenha recursos para pagar, em último caso, cabe avaliar tomar um empréstimo de menor valor para quitar dívida de juros maiores.