O dito popular de que o carro é como um filho não está tão longe assim da realidade. Segundo economistas, o gasto diário para manter um automóvel varia de R$ 25 a R$ 30, considerando combustível, estacionamento e uma média diária dos gastos com IPVA, seguro, estacionamento e manutenção. E nem se conta aí um financiamento.
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Conforme cálculos do consultor financeiro Alfredo Meneghetti Neto, a soma dos gastos de dois anos com um veículo seria suficiente para comprar um novo carro se o valor fosse investido. Por que não enxergamos essa matemática com a mesma clareza? Simples: costumamos memorizar apenas os gastos mais frequentes (com gasolina ou estacionamento, por exemplo), deixando de lado contas que incidem vez que outra – mas são altas.
– Aí estão as armadilhas, é preciso ter consciência das diversas outras despesas envolvidas: renovação do seguro, manutenção, imposto, licenciamento, lavagem, garagem e até multas – alerta Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
A despesa total com um automóvel chega a 2% do valor que ele tem em todos os meses, reforça Domingos. A manutenção de um veículo de R$ 20 mil, por exemplo, tem um custo mensal de aproximadamente R$ 400. Como há famílias que possuem mais de um carro – conforme o Detran-RS, Porto Alegre tem um carro para cada 1,8 habitante, uma das maiores médias do país –, com um deles parado a maior parte do tempo, o vazamento de dinheiro é grande.
Reinaldo Domingos ressalta que, se essas famílias vendessem um dos carros, poderiam ganhar um bom dinheiro e, com os rendimentos de uma aplicação, subsidiar as despesas com lotação, ônibus, táxi ou serviços como Cabify ou Uber.
Para saber se é bom negócio manter um carro, é preciso avaliar na rotina quanto seria gasto para se deslocar com conforto pela cidade com transporte público. De acordo com o educador financeiro Adriano Severo, vale mais a pena circular de lotação, táxi e motoristas por aplicativos quando a soma das passagens e tarifas não ultrapasse R$ 27 por dia.
Evidentemente, é preciso medir a qualidade do serviço público antes de fazer a escolha de ter ou não um carro. Colocar na balança a dificuldade que se tem de encontrar um táxi ou motorista por aplicativo nos horários de pico. Ou a insegurança de esperar na parada de ônibus.