O vilão da conta de luz está pronto para entrar em cena: o ar-condicionado vira companheiro inseparável das famílias conforme os termômetros se aproximem dos 30ºC. Mas o efeito no consumo de energia é escaldante: um ar-condicionado ligado diariamente, sete horas por dia, encarece a conta de luz em R$ 148 ao final de um mês, conforme a CEEE.
Nos últimos dois anos, a conta de luz subiu 68,5% para os gaúchos, conforme o levantamento de preços da UFRGS (IPC-IEPE). Além dos reajustes definitivos, as "bandeiras" deixam a conta ainda mais alta em alguns meses. Ou seja, é promessa de peso no bolso durante o verão.
– O ar-condicionado chega a corresponder a 60% do consumo de energia de uma família durante o verão – aponta Odilon Duarte, professor de engenharia elétrica da PUCRS – Mas há formas de deixar essa conta mais baixa.
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O princípio da economia é melhorar as condições para que o ar-condicionado gele o ambiente com o menor esforço possível. Isso significa verificar o funcionamento do aparelho, se está adequado ou puxando energia demais, e cumprir algumas regras simples durante o uso, como evitar o "liga-desliga" do aparelho e eliminar frestas nas portas e janelas.
– Na hora de dormir, por exemplo, não há necessidade de deixar o ar em 17º ou 18º, e se cobrir com edredons. Estudos mostram que uma temperatura de 23º a 25º refresca o ambiente na medida certa – garante Duarte.
Evitar temperaturas excessivamente baixas é uma medida sábia, reforça o especialista, já que a cada 1ºC mais alto no marcador o consumo de energia cai 7%. Além disso, alguns ares mais modernos trazem tecnologia que melhoram o desempenho dos compressores, reduzindo drasticamente a conta.
Como evitar que o ar-condicionado pese mais do que o necessário na conta:
Na compra
– Avalie se é hora de trocar o aparelho. Os antigos consomem mais energia para gerar o mesmo refresco dos modernos splits.
– Observe a classificação no selo Procel, que indica os aparelhos mais econômicos. É possível comparar os mais vantajosos no site procelinfo.com.br.
– Avalie gastar um pouco mais para comprar aparelhos com a tecnologia Inverter, que melhoram a mecânica dos compressores e reduzem o consumo de energia. A economia pode chegar a 60%.
– Escolha a potência adequada para seu ar-condicionado: ao selecionar os BTUs, tenha clara a metragem do ambiente, o período de incidência solar e a quantidade de pessoas presentes (leia mais abaixo).
No uso diário
– Se o ambiente tiver forte incidência solar, feche as cortinas para que o calor não "concorra" diretamente com o resfriamento.
– Mantenha os filtros sempre limpos para reduzir o consumo de energia. A periodicidade da limpeza é informada pelo fabricante.
– Mantenha janelas e portas do ambiente fechadas durante o uso, para que o frio fique concentrado e você possa utilizar na potência mínima. Até um armário aberto pode absorver o efeito do ar.
– Mesmo que vá entrar e sair várias vezes do ambiente, evite desligar e ligar o aparelho. A energia usada para "dar a largada" no resfriamento é bem maior do que para manter o ambiente gelado.
– Se o aparelho tiver a função sleep, utilize-a. Ela diminui a potência após certo tempo de uso.
– Ao chegar em casa, abra as janelas para ventilar o ambiente antes de ligar o ar-condicionado. Assim, ele chegará mais rapidamente à temperatura desejada com menos esforço.
Com quantos BTUs eu vou?
Para ser econômico, a quantidade de BTUs deve ser na quantidade certa para refrescar o ambiente. Se for demais, gastará energia à toa, se for de menos, exigirá que você ligue numa potência mais alta e consuma mais energia. Veja qual a sua necessidade.
Ambiente / Potência (BTUs)
Até 10m² – 7.500
De 11m² a 15m² – 10 mil
De 16m² a 25m² – 12 mil
De 26m² a 40m² – 15 mil
De 41m² a 65m² – 18 mil ou 21 mil
Acima de 65m² – 30 mil
* Simulação feita em ambiente com incidência solar pela manhã, com dois usuários.
FONTE: CEEE, Proteste, Consul, Springer e engenheiro elétrico Odilon Duarte.
