Uma inciativa criada em Passo Fundo, no norte do Estado, reunindo empresas e a principal universidade privada da região, será pioneira no desenvolvimento de inovações e de pesquisa para o agronegócio. A criação do TecnoAgro, formalizada na semana passada, vai fomentar novas soluções reunindo a expertise de diversos atores do campo.
— Passo Fundo é uma região bastante vocacionada ao agro, com muito trabalho na área tanto da produção direta, quanto da indústria, das empresas e da produção de conhecimento em torno disso. O grande objetivo é fazer uma aproximação e um ambiente diferenciado desses atores. A ideia central é fomentar esse ecossistema — afirma a reitora da Universidade de Passo Fundo (UPF), Bernadete Maria Dalmolin.
A UPF será o endereço do polo tecnológico. Além do conhecimento de professores de referência, a universidade colocará à disposição toda a estrutura científica instalada no UPF Parque e outras áreas, como a fazenda escola e o hospital veterinário.
Cerca de 20 entidades estão à frente do projeto, incluindo empresas de referência na região, como Stara, Biotrigo e BSBios, além do setor público, liderado pela prefeitura de Passo Fundo, a Câmara Municipal e a Embrapa, e o setor acadêmico.
— Temos vários polos tecnológicos no Brasil, mas chamo atenção para um grande diferencial do TecnoAgro, que, além de trabalhar a parte agrícola, vai trabalhar a área agroindustrial e de agroenergia. É um caminho muito promissor para os próximos anos — projeta Erasmo Batistella, diretor presidente da BSBios e à frente do Conselho Curador do TecnoAgro.
O projeto será viabilizado com aportes das empresas participantes e de investidores da área de inovação, mas também buscará custeio público, principalmente pela possibilidade de editais que podem ser viabilizados por meio da universidade.
Formalizada a criação do polo, cabe agora à diretoria detalhar o plano de trabalho para executar as diretrizes já tratadas. Reuniões foram realizadas com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para protocolar o interesse de credenciamento do TecnoAgro junto ao ministério.
A expectativa é fazer do centro uma referência nacional. Além de impulsionar a área agrícola, o polo tem como aposta formar pessoas, atrair e reter talentos para a inovação no agro e na agroenergia.
— A pesquisa não acontece em 30 minutos ou uma semana. Precisa de tempo, de trabalho e de estratégia, porque é assim que a gente cria coisas novas para melhorar a produtividade, reduzir custos e tudo mais — diz Batistella.