Não é apenas a vivência que transforma o olhar das crianças sobre a agricultura. Uma joaninha, um besouro, uma vespa e um vaga-lume, moradores de uma árvore, fazem parte de universo fictício criado para, mais do que aproximar as crianças da vida no campo, transformá-las em multiplicadores de boas práticas.
Criada há seis anos pela companhia de teatro Sia Santa, de Campinas (SP), a pedido da multinacional de agroquímicos FMC, a peça Árvore da Vida chegou no fim de novembro ao Rio Grande do Sul. No Estado, a peça já foi assistida por cerca de 7 mil pessoas nos municípios de Soledade, São Luiz Gonzaga, Campo Novo, Espumoso, Não-Me-Toque e Sarandi. O projeto foi viabilizado graças à parceria com cooperativas locais. Conforme o diretor do espetáculo, Jorge Fantini, os municípios foram escolhidos pela tradição agrícola:
– A informação sobre como utilizar químicos e a necessidade de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) muitas vezes não chega no agricultor ou ele acha que já sabe de tudo, mas os pais prestam atenção nos seus filhos. Por isso, quer forma melhor de fazer chegar o conhecimento do que transmiti-lo às crianças? – provoca Fantini.Por isso, no palco, o grupo de insetos que busca a cura para a árvore onde mora, depois de várias tentativas frustradas, descobre que a resposta está em um livro. A aventura para encontrar suas páginas é recheada de pequenas lições, que culminam em uma mensagem bem simples:– Como tudo na vida, é preciso aprender a fazer antes de colocar em prática – sintetiza o diretor.
Professores aprendem sobre teatro e agricultura
Antes da apresentação do espetáculo, professores das escolas visitadas passam por oficinas de teatro e recebem informações de origem técnica. Assim, docentes que não têm a vivência da agricultura, se preparam melhor para orientar as crianças ligadas à produção.– Não é só porque as crianças são o futuro que precisam aprender sobre o campo. Elas são o presente, porque são multiplicadoras de conhecimento, levando para a família e os amigos – conta Fantini.
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