Em passagem pela Expointer, no final da manhã desta quinta-feira (30), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltou a criticar a decisão favorável à suspensão de registros de glifosato no país e disse que, sem o herbicida, a safra brasileira será inviabilizada. No último dia 7, a Justiça Federal, em Brasília, emitiu liminar impedindo a concessão de registros do produto, utilizado principalmente na soja. A substância é apontada como um possível cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na quarta-feira, Maggi se reuniu com o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Moreira Alves, que analisará o recurso encaminhado pela Advocacia Geral da União (AGU) e o ministério. Segundo o ministro, a corte deve tomar uma decisão sobre o assunto até o dia 3 de setembro. Ele alega que, atualmente, em torno de 90% do plantio das grandes culturas brasileiras utiliza o glifosato.
— Se não for liberado, não vai ter plantio. Porque não existe um produto que substitua o glifosato. Confio no bom senso da Justiça. Não podemos ficar à mercê da interpretação de grupos que são contrários (ao uso), como ambientalistas e outros que acham que o que eles pensam é o correto – afirma Maggi.
Ministro espera que STF considere inconstitucional a tabela de frete
O ministro também criticou a tabela do preço mínimo para os fretes, uma das reivindicações dos caminhoneiros brasileiros durante a greve realizada em maio. Maggi diz que espera uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pela inconstitucionalidade da medida.
— Não sou totalmente contra um nível de preço de referência, como há no trigo, na soja e em uma série de culturas. Mas nessa tabela em vigência o frete mínimo é o máximo, pois ela inclui custos variados, fixos e, inclusive, a remuneração de quem opera. Não é papel do estado garantir remuneração a ninguém — destaca.
Outro tema abordado por Maggi em sua passagem por Esteio foi o acordo de livre comércio negociado entre o Mercosul e a União Europeia, que vem esbarrando por discordâncias do Brasil em relação ao tratamento à vitivinicultura e ao setor leiteiro. O ministro disse que foram encaminhadas as demandas brasileiras ao grupo que negocia com os europeus e a tendência é de um desfecho favorável:
— Pela parte do ministério, o assunto está resolvido.
O ministro chegou ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, no final da manhã. Na feira, percorreu o pavilhão da agricultura familiar e chegou a realizar o plantio de uma muda da árvore pau brasil. Por volta das 12h30min, se dirigiu para um almoço com dirigentes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).