O desempenho positivo para a safra de verão no Rio Grande do Sul, projetado nesta segunda-feira (27) pela Emater-RS, são alentadores, sobretudo, para os produtores da metade sul do Estado, que vêm de uma produção abaixo da média. A estimativa, anunciada durante a Expointer, é de colher 31,5 milhões de toneladas de grãos em 2019, incremento de 3,25% na comparação com o resultado deste ano. Com isso, deverão ser injetados R$ 34,2 bilhões na economia do Estado.
O resultado será puxado pela recuperação da principal cultura do Estado. Depois de um ano considerado ruim, a produção de soja tem crescimento previsto de 5,16%, chegando a 18,4 milhões de toneladas. O volume supera em quase 1 milhão de toneladas a colheita deste ano.
Dono de uma propriedade com 300 hectares de soja em Bagé Thiago Prevedello espera colher 48 sacas por hectare no próximo ano. Em 2018, foram apenas 28 sacas por hectare. Para dar conta da produção, Prevedello deve reforçar sua estrutura. Ele foi à Expointer nesta segunda-feira decidido a comprar um novo trator.
— Neste ano colhi só 40% do esperado. Agora a expectativa é por uma safra cheia — relata.
Já entre os agricultores da metade norte do Estado, que tiveram menos perdas na safra, paira um otimismo moderado. Com 4,5 mil hectares da oleaginosa em Carazinho e Vale Verde, Bruno Tombini diz que espera uma colheita semelhante à de 2018. Ele lembra que, apesar da perspectiva de bom preço para a venda do grão, na carona da valorização do dólar, os custos têm subido em alta velocidade.
— O cenário vem mostrando uma alta no preço da soja, mas também estamos vendo aumentar o custo de produção. Os adubos subiram de 20% a 30% e os defensivos acompanharam a alta do dólar — comenta.
Por isso, nesta Expointer, Tombini quer apenas olhar as novidades entre os equipamentos, mas não pretende adquirir maquinário novo. Ainda assim, vai analisar os preços das plantadeiras e, dependendo das condições oferecidas pelos fabricantes, pode repensar a situação no decorrer do ano.
Além da soja
O crescimento mais expressivo na produção gaúcha, entretanto, é verificado no milho. A colheita deve chegar a 5 milhões de toneladas, acréscimo de 11,29%. O resultado passa, principalmente, pela expansão da área de cultivo, que subiu 5,53% e chegou a 738 mil hectares.
Por outro lado, a primeira parcial da Emater-RS indica queda nas safras de arroz e feijão. No caso do arroz, a produção deve chegar a 7,9 milhões de toneladas, retração de 5%. Essa situação ocorre, conforme Moura, por fatores como a perda de espaço da cultura para a soja. Já a primeira colheita de feijão, apesar de expansão na área plantada, deve render 60,3 mil toneladas, diminuição de 6,23%.