Os produtores de frango no Rio Grande do Sul fazem os cálculos dos prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros. A conta ainda não está fechada, mas a estimativa da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) não baixa de R$ 1 bilhão no período em que as estradas estiveram bloqueadas. A notícia não é péssima somente para produtores. Quem consome frango e ovos também vai lamentar. De acordo com os produtores, o repasse ao consumidor é inevitável.
– Esse prejuízo será repassado ao consumidor, isso não tem como ser diferente. Não temos ideia ainda de quanto será esse repasse, estamos em fase de levantamento das perdas. E, ainda, teremos de renegociar as parcelas de financiamento, renegociar tributos, tudo isso – diz o presidente da Asgav, Nestor Freimberger.
Dois meses para normalizar produção
O presidente lembra que a falta de ração para os animais foi decisiva para o bilionário prejuízo. Um efeito que trouxe perdas imediatas – a morte de frangos – e outras que serão sentidas ainda nos dias seguintes à volta ao normal do fornecimento.
– Agora, não se pode dar toda a ração de uma vez só aos animais, pode causar mais perdas. Tem de ser gradual. Não se retoma a normalidade de uma hora para outra. Nossa estimativa é de que serão dois meses para normalizarmos tudo – afirma Freimberger.
Outra parte do que foi perdido na greve estava já nas estradas, em caminhões parados nos bloqueios. Ovos e carne resfriada chegaram aos seus destinos somente para serem descartadas por falta de condições de consumo. Para retomar o ritmo de produção previsto pelo presidente da Asgav, o setor prevê turnos extras aos sábados e domingos no próximos dois meses.