O topo do pódio do Freio de Ouro FICCC, considerada a copa do mundo do cavalo crioulo, foi dividido entre conjuntos brasileiros e uruguaios em disputa encerrada neste domingo (20), no parque Assis Brasil, em Esteio. O título dos machos foi para o ginete Gabriel Marty e o cavalo Colibri Matrero, da Cabanha La Pacifica, de Paysandu (UR). Entre as fêmeas, o primeiro lugar ficou com o ginete Claudio Fagundes, que montou a égua AM Gaita, da Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen.
Brasileiro, o ginete Gabriel Marty, 35 anos, liderou toda a prova com o cavalo uruguaio – o qual treinou por um ano. Na comemoração do título, confirmado na última paleteada, colocou a bandeira do país vizinho sob o animal.
– Esse cavalo é impressionante. A conquista é para todas as cabanhas uruguaias que investem na raça – disse o ginete campeão, que treina cavalos uruguaios e argentinos ao lado do irmão Marcelo Marty.
Égua vencedora assumiu a liderança nas últimas provas
Entre as fêmeas, a égua AM Gaita assumiu a liderança nas últimas duas provas, montada pelo ginete Cláudio Fagundes, 40 anos. O animal foi Bocal de Ouro em 2017 e quinto lugar no Freio de Ouro do ano passado.
– A vitória é resultado de muito trabalho e dedicação, de toda uma equipe – disse o ginete, que ganhou o primeiro Freio de Ouro FICCC, após ter conquistado o Freio de Ouro e Prata em 2008 e o de Prata no ano passado.
Em seis dias de evento, incluindo outras quatro modalidades da Exposição da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (ExpoFICCC), cerca de 30 mil pessoas circularam pelo evento realizado no Brasil após nove anos.
– A competitividade dos animais do Brasil, do Uruguai e da Argentina fez com que tivéssemos provas muito acirradas, superando as expectativas. Estiveram aqui os melhores ginetes e animais da raça – avaliou Eduardo Suñe, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC), organizadora da edição deste ano.
Intercâmbio com criadores europeus
Além de criadores do Mercosul, circularam pelo parque Assis Brasil durante a ExpoFICCC delegações da Alemanha, Itália e França. Criadores desses países estão registrando seus animais na FICCC, por meio do Uruguai e da Argentina.
A Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) é formada hoje pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A ideia é integrar criadores europeus à federação, criando um registro único da raça no mundo.
– O primeiro passo para isso foi daqui aqui em Esteio. Agora é um trâmite que irá depender da burocracia dos ministérios de cada país – completou Suñe.
