Eles são milhares, circulam atentos pelos estandes e são disputados pelas mais de 500 empresas expositoras. Embora distintos, os perfis de quem visita a Expodireto-
Cotrijal, em Não-Me-Toque, têm traços em comum: a busca por inovações para o campo. Os alvos de uma das maiores feiras do agronegócio brasileiro são agricultores ávidos por tecnologia – do pequeno ao grande produtor.
Os primos Régis e André Klidzio, da região das Missões, chegaram cedo ao parque no primeiro dia da Expodireto, após viajarem mais de 200 quilômetros. Logo foram até os estandes de sementes e de produtos voltados à produção de soja.
– Vim procurar novas variedades, mais adaptadas à nossa realidade. Isso é fundamental para uma boa produtividade – contou Régis, 31 anos, que cultiva 30 hectares de grãos em Guarani das Missões.
A agricultura é a atividade complementar de Régis, engenheiro elétrico. Ao lado do primo,
estudante de engenharia mecânica e também produtor, planeja abrir empresa de energia fotovoltaica.
– É um mercado incipiente ainda, com muito espaço para crescer – disse André, que, após 10 anos morando no Paraná voltou para administrar a propriedade da família e montar negócio próprio.
No setor de sementes, produtos químicos e de serviços, as vendas não acontecem na feira, mas nos relacionamentos futuros com revendas. Não faltam atrações nos estandes para fisgar a atenção dos compradores, de demonstrações técnicas em lavouras experimentais e equipamentos interativos a happy hours com música.
Na área de máquinas e equipamentos agrícolas, o foco é tocar o sino, ou seja, fechar negócios oferecendo condições diferenciadas. À procura de pulverizador mais potente para a lavoura de 500 hectares de soja em Joia, no Noroeste, o produtor Rafael Fontana, 38 anos, estava próximo de se decidir pela aquisição. Nas últimas três edições da feira, comprou alguma máquina ou equipamento para a propriedade – que tem outros 650 hectares dedicados à pecuária de corte.
– A tecnologia muda muito rápido. Tenho um pulverizador de 2012 que já está defasado – relata.
Ele também foi à feira com a intenção de trocar duas semeadoras antigas, de 2009 e de 2012, por uma nova e mais produtiva.
– O problema da falta de mão de obra está cada vez pior. Vamos chegar à situação dos EUA, onde apenas a família trabalha na lavoura – disse o produtor, que toma todas as decisões em conjunto com a mulher, Elisângela Kroth Fontana.
Neste ano, a organização da feira projeta superar o volume de negócios de 2017, de cerca de R$ 2,1 bilhões em propostas encaminhadas.