Os principais financiadores do agronegócio chegam à Expodireto-Cotrijal otimistas, com a perspectiva de fechar mais propostas do que no ano passado, apesar da conjuntura de estiagem na Metade Sul e das crises que afetam os setores do leite e do arroz. E a despeito do juro, maior do que a taxa básica (Selic).
Uma das razões pata essa aposta está no mercado de grãos. No ano passado, durante a feira, os agricultores se preparavam para a colheita de safra histórica no Rio Grande do Sul, mas viviam a frustração de preços inferiores aos de 2016. Isso significa impacto direto na rentabilidade e maior reflexão na hora de investir.
Agora, mesmo com a estimativa de volume menor na produção de grãos, a soja vem se valorizando no mercado internacional e no doméstico. Isso faz executivos dos bancos – e a organização da feira – apostarem no crescimento das propostas. Oberdan Celestino de Almeida, diretor de crédito do Banrisul, trabalha com perspectiva de aumento de 15%. No ano passado, foram R$ 117 milhões, com cerca de R$ 100 milhões se transformando em negócios efetivos:
– Tivemos cinco safras cheias nos últimos anos. O agricultor, na maioria, está capitalizado.
Da mesma forma, o diretor-executivo do Sicredi, Gerson Seefeld, espera repetir o crescimento verificado na edição passada, quando foram negociados R$ 157,48 milhões – alta de 19% ante 2016. A cifra disponibilizada para a feira se mantém em R$ 220 milhões. Mesmo olhando de forma positiva, o dirigente sabe que há segmentos em que o produtor deverá se retrair, em razão do atual cenário.
–Estamos vivendo esse momento crítico do leite, e tem a realidade da Metade Sul, complicada pela estiagem, além do arroz. Esses são setores em que o produtor se recolhe – opina.
No Banco do Brasil, que responde por 60% dos financiamentos agrícolas no Estado, a meta para 2018 é menos ampliar valores e mais efetivar as compras. No ano passado, metade dos R$ 700 milhões de propostas feitas acabaram não vingando.
– Vamos trabalhar para que os negócios encaminhados realmente se concretizem. Nossa intenção é liberar já dentro da feira mais de R$ 50 milhões – afirma João Paulo Comerlato, gerente de mercado agronegócios do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul.