Considerada uma das principais feiras do agronegócio brasileiro, a 19ª edição da Expodireto-Cotrijal começa hoje em Não-Me-Toque, no norte do Estado, com a presença de políticos e representantes do setor. Em meio à vitrine tecnológica com mais de 500 empresas de máquinas, insumos e serviços, em 84 hectares de exposição, os produtores rurais reforçarão suas reivindicações – que ganharão peso ainda maior em ano eleitoral.
– Dependemos de Brasília para as políticas agrícolas acontecerem – diz Enio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal, cooperativa que promove a feira desde 2000.
No primeiro dia, estão previstas as presenças dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional) – além do governador José Ivo Sartori e secretários estaduais. Ao longo da semana, é esperada a visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
– Ainda estamos engatinhando no tema seguro agrícola. É preciso ter tranquilidade para produzir – diz Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).
As perdas provocadas pela estiagem no Sul e na Campanha levaram 27 municípios gaúchos a decretarem situação de emergência – a metade já com pedidos homologados pelo governo do Estado.
– Os agricultores com lavouras e pastagens prejudicadas precisam ter suas dívidas de custeio e investimento prorrogadas, além de apoio para manterem suas produções – reforça Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag).
Outro pedido de renegociação de parcelas de financiamento está relacionado ao arroz e ao leite, que nesta safra estão com preço de mercado abaixo do custo de produção.
Crédito agrícola mais caro
Neste ano, a Expodireto-Cotrijal testará o ânimo do produtor para investir em época de crédito agrícola mais caro. A taxa de financiamento, de 7,5% a 10,5% ao ano, hoje é maior do que o juro básico da economia (Selic) que, após 11 quedas consecutivas, está em 6,75% ao ano.
– Historicamente, isso não acontecia (juro agro mais caro do que a Selic). É natural que o produtor fique um pouco mais cauteloso na hora de investir – informa Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers).
Embora indústrias tenham pedido ao governo federal a redução do juro do agronegócio, é muito improvável que isso ocorra antes do novo plano agrícola – que passará a vigorar em julho. Mesmo com o crédito rural pouco atrativo para investimento, a organização da Expodireto projeta superar os negócios do ano passado – que somaram R$ 2,12 bilhões, quebrando o jejum de dois anos consecutivos de retração.
– A tendência é de uma feira melhor do que a do ano passado. As inovações tecnológicas estimulam os investimentos – prevê Nei César Mânica, presidente da feira, que deve receber mais de 250 mil visitantes e delegações de 70 países durante cinco dias.
Programe-se
De hoje até sexta-feira, das 8h às 18h
RS-142, km 24, em Não-Me-Toque
Entrada gratuita
Mais informações em www.expodireto.cotrijal.com.br
Destaques do dia
9h – Abertura oficial
14h – 10º Fórum Nacional do Milho
16h30min – Prêmio Semente de Ouro 2018