Os Campos de Cima da Serra se configuram em uma das mais novas fronteiras vinícolas gaúchas. Aos poucos, o plantio de uva e o número de vinícolas têm se multiplicado em cidades como Vacaria, Muitos Capões e Campestre da Serra. Por conta disso, em julho, seis produtores locais formalizaram a criação da Associação de Vitivinicultores dos Campos de Cima da Serra (Aviccs). É o primeiro passo por sua própria Indicação de Procedência (IP).
– Acreditamos que pedir a certificação vai gerar mais atenção para nossos vinhos. Podemos crescer durante o processo (de solicitação da IP) – destaca Agamenon de Almeida, presidente da Avicss.
A maioria das vinícolas dos Campos de Cima é de pequeno porte, com áreas entre 10 e 12 hectares. Algumas empresas, inclusive, apenas mantêm os vinhedos na região e terceirizam a vinificação. Com predomínio de uvas como sauvignon blanc e chardonnay, a localidade tem como peculiaridades o solo, a altitude superior a 900 metros do nível do mar e a oscilação frequente de temperatura.
Todos esses fatores serão levados em consideração na elaboração do pedido de IP, que, segundo Almeida, deve levar três anos para ser atendido. A ideia da Avicss é seguir os mesmos passos de outro rincão gaúcho que começa a se destacar dentro do setor, a Campanha. Até o final do ano, o INPI deverá oficializar a Indicação de Procedência da localidade, que abrange municípios da Fronteira Oeste.
A IP dos vinhos da Campanha será a sexta gaúcha e a sétima em todo o Brasil. Fora do Rio Grande do Sul, o Vale da Uva Goethe, em Santa Catarina, é o único certificado. No momento, estão sendo analisados pedidos de IPs em outras partes do país, como o Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco) e a serra catarinense.