Para enfrentar a retração do mercado do boi gordo no país, produtores investem em estratégias de venda nos remates de primavera do Rio Grande do Sul. Em remate neste sábado, em Camaquã, a Fazenda Santa Tereza aceitará reprodutores usados na negociação de 85 touros e 150 ventres ofertados em pista. A estratégia não é nova. É adotada há pelo menos 10 anos, mas pode ser determinante em época de mercado retraído.
– Passamos a aceitar touro usado para facilitar a negociação com criadores que não fazem terminação na propriedade – conta o pecuarista Paulo Azambuja, acrescentando que os animais são repassados para terminadores que aproveitam o bovino para outros fins, como produção de couro.
Dos negócios realizados pela cabanha, de 20% a 30% envolvem troca de touros usados. Neste caso, a logística é viabilizada com a entrega do novo e o retorno do usado no mesmo caminhão. Para estimular a venda, a cabanha também aumentou em 30% o número de fêmeas prenhes.
– Com fêmeas já em gestação, o retorno do negócio será mais rápido – argumenta Azambuja.
O 6º Leilão Sossego Parceria Genética, promovido pelas cabanhas Sossego, Paipasso e La Coxilha, no próximo dia 19, em Santana do Livramento, conta com um aliado: o potencial turístico da região. Além da alta qualidade genética dos 50 touros e 80 fêmeas das raças angus e brangus ofertados, rústicos e adaptados a diferentes climas, os proprietários das cabanhas exploram as vinícolas e os olivais da região, além dos free shops em Rivera.
– Oferecemos tours para os interessados, como uma forma de aproximá-los da nossa cultura – conta Luiz Pedro Escosteguy, proprietário da Cabanha Sossego.
O serviço de pós-venda também é disponibilizado como diferencial para os clientes:
– Faço questão de ligar para todos os compradores para saber da entrega e do desempenho do gado vendido – detalha Escosteguy.