Responde: drª Norma Centeno Rodrigues, médica veterinária e especializada em bem-estar animal
Um dos maiores problemas em partos duplos ou triplos é a rejeição de um dos cordeiros pela mãe. Cordeiros estranhos podem ser aceitos imediatamente após o nascimento e ovelhas que perderam crias podem adotar recém-nascidos. Porém, é um manejo limitado pela inabilidade de reconhecimento. Poucos segundos após o parto, a ovelha lambe vigorosamente o cordeiro e este deve encontrar os tetos (que protegem as glândulas mamárias) dentro de uma a duas horas após o nascimento; pistas visuais são importantes nesse momento para a localização dos tetos.
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Cordeiros reconhecem suas mães pelas vocalizações próprias enquanto as ovelhas reconhecem seus cordeiros pelo cheiro, pela visão e pela vocalização. Em partos triplos, o último cordeiro tem mais dificuldade de ser aceito pela mãe pela dificuldade de reconhecimento. A adoção de um cordeiro órfão ou do terceiro cordeiro de parto triplo é difícil, requer dedicação do criador e nem sempre dá resultados.
A amamentação estabelece vínculo entre mãe e filhos e é essencial para se ter cordeiros fortes. Uma das técnicas é o uso de colar elisabetano. O mais indicado para ovinos é o 30, mas o número depende do tamanho da ovelha. Essa técnica impossibilita o contato visual e olfativo da mãe com o animal adotado. O criador deve auxiliar o cordeiro para que este mame no máximo por três dias. Se nesse tempo não houver êxito, dificilmente a aproximação ocorrerá.
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