O surto de raiva herbívora presente no Rio Grande do Sul há três anos se aproxima de uma das principais regiões de pecuária de corte do Estado: a Campanha. Conforme a Secretaria Estadual da Agricultura, foram identificados focos da doença em Bagé e em Lavras do Sul - cidades onde até agora não havia registros de ataques.Até então restrita a pequenas propriedades, a doença ameaça agora grandes rebanhos de gado.
- Muitos criadores de animais ainda não entenderam a gravidade da situação. E o controle é feito com a prevenção - alerta o coordenador do Programa Nacional de Controle da Raiva Herbívora do Rio Grande do Sul,Nilton Rossato.
A preocupação é reforçada também pelo surgimento de focos da doença no Uruguai,próxima da fronteira com o Brasil. Desde 2011,quando o surto começou a se alastrar no Centro-Sul,mais de 100 mil animais morreram.Neste ano,já são 700 bovinos mortos.
Conforme Rossato,a doença avançou em refúgios de morcegos não conhecidos pelo serviço de defesa,por isso a importância do produtor contribuir no combate:
- O criador tem de entrar nessa luta conosco, identificando refúgios de morcegos e nos avisando. Diferentemente da aftosa, na qual a contaminação se dá entre animais,a raiva é transmitida de maneira vertical, pelo vetor que é o morcego hematófago.
A vacinação,que deve ser reaplicada 21 dias depois da primeira dose,não é obrigatória e sim estratégica. As orientações são para bovinos,equinos e bubalinos - animais mais expostos ao ataque de morcegos.