Na última semana, Fernanda Bande, do Big Brother Brasil 24, revelou que não usa calcinha há mais de cinco anos.
— Cadê a calcinha daqui? — questionou Pitel ao notar que a amiga estava sem a peça íntima.
— Não tem. Eu não uso calcinha, amiga — reforçou a confeiteira, que vem falando disso desde o início do programa.
Em outra situação dentro da casa, Fernanda chegou a comentar que lhe "dá até nervoso de usar" e que não está mais acostumada.
Assim como a sister, inúmeras mulheres são adeptas da prática no dia a dia, outras já acham estranho e se sentem mais confortáveis vestindo a peça. Entretanto, para muitas, considerando que a saúde íntima é cercada por mitos e dúvidas, surge a pergunta: é melhor utilizar ou não calcinha durante o dia?
De acordo com a médica ginecologista Iriana Bertin, a resposta é: depende. A questão envolve muito mais o que a pessoa se sente à vontade utilizando do que uma recomendação de saúde de fato. O uso ou não uso da calcinha por si só não é prejudicial, mas é preciso ficar atento a alguns detalhes.
— O fato de não usar calcinha durante o dia é muito mais um gosto do que uma recomendação ginecológica. Usar ou não usar calcinha durante o dia é uma escolha pessoal — afirma a especialista.
Tecidos
A recomendação médica para quem decide parar totalmente de usar a peça é uma atenção maior aos tecidos que ficarão em contato direto com a região íntima, que tem como característica ser bastante sensível.
— Por exemplo, uma calça jeans pode, muitas vezes, provocar algum machucado, causar alguma lesão na vulva com o atrito. Tem algumas roupas, como aquelas que são mais justas, que sabemos que são mais desconfortáveis. A orientação é dar preferência para calças de moletom, vestidos, saias longas, entre outros — declara Iriana.
A orientação também é válida para quem prefere utilizar calcinha no dia a dia. Tecidos sintéticos, como poliamida, poliéster, nylon, e roupas muito apertadas podem contribuir para a retenção da umidade, criando um ambiente favorável para o crescimento de bactérias e fungos, responsáveis por provocar infecções vaginais, como candidíase e vaginose bacteriana.
Nesse sentido, ao escolher a calcinha, as melhores são aquelas fabricadas de tecidos naturais, que permitem que a área continue seca e recebendo oxigenação mesmo estando no corpo.
— O ideal é optar pelas calcinhas de algodão, porque é um tecido transpirável e que ainda viabiliza a ventilação da região. Qualquer tecido natural costuma ser mais confortável.
Dormir sem calcinha
Embora a utilização da calcinha não seja um problema, o uso irrestrito pode potencializar o risco de infecções, em razão de um possível abafamento da região. Uma maneira de proporcionar mais transpiração e ventilação é escolher um período do dia para ficar sem a peça íntima. O momento de dormir costuma ser o mais indicado pelos ginecologistas, uma vez que é quando, geralmente, as pessoas estão em casa e podem sentir-se mais à vontade no ambiente ao ficar sem.
— Orientamos que a mulher permaneça alguns períodos do dia sem a calcinha, porque assim é possível aumentar a ventilação do local e, consequentemente, diminui a umidade da região e facilita a oxigenação dos lactobacilos e da manutenção da microbiota vaginal. Por isso que recomendamos que não se use calcinha à noite, porque é quando a pessoa está em casa e pode escolher uma roupa mais confortável — explica a ginecologista Iriana.
Cuidados adicionais
Manter o equilíbrio do pH vaginal é importante para manter a região íntima saudável. A partir disso, é fundamental estar atenta ao cuidado com a calcinha.
— É necessário cuidado com o sabão que é usado para lavar a calcinha. A orientação é sempre lavá-las com sabão que não seja perfumado. Outra dica é não usar amaciante — aponta.
Tanto para as mulheres que utilizam quanto para as que não usam a peça, recomenda-se a limpeza adequada da área íntima. A ginecologista Iriana Bertin informa que o ideal é usar sabonete neutro na região externa, sem lavar a vagina internamente. Além disso, deve-se evitar qualquer tipo de produto com perfumes, seja papel higiênico perfumado ou lenços umedecidos.
Conforme a especialista, o uso ou não da calcinha, enquanto fator isolado, não irá influenciar o desenvolvimento de infecções vaginais, já que elas são multifatoriais. Mal cheiro, corrimento, coceira e outros desconfortos podem ser provocados por diferentes aspectos, como o uso de produtos inadequados na pele, higiene, alimentação, imunidade, estresse e uso de remédios, por exemplo.
*Produção: Carolina Dill