Após 10 anos afastado da coordenação do Miss Universo Brasil e da preparação de misses pelo país, Evandro Hazzy está de volta aos concursos de beleza. Desta vez, na posição de gestor e em uma nova casa: o Miss Grand Brasil. Em dezembro de 2023, o missólogo comprou os direitos da franquia tailandesa e assumiu a presidência da competição, o que o levou a iniciar uma nova etapa de sua carreira.
Hazzy propõe iniciar o que chama de "Miss Brasil Nova Era" e construir uma nova história dentro dos concursos de beleza.
— Eu acredito em uma nova Miss Brasil. Ela é uma mulher que se preocupa com o próximo e com causas sociais, mas ela tem que seguir regras que são ditas pelo Miss Grand, que é hoje um dos principais concursos do mundo e chegou lado a lado do Miss Universo — declara Hazzy.
Eu defendo a bandeira conservadora de um concurso de miss, que realmente é uma disputa de beleza
EVANDRO HAZZY
Missólogo
Desde 1952, o Miss Universo já consagrou 71 misses. Em 2022, o concurso passou por uma flexibilização em suas regras originais, que começaram a ser implementadas no ano passado. Um novo regulamento colocou fim ao limite de idade para as participantes e passou a aceitar mulheres casadas, divorciadas, grávidas e mães.
Por ser contra às mudanças, Hazzy escolheu gerir o Miss Grand, uma vez que a competição segue as diretrizes tradicionais.
— Para você se tornar uma Miss Grand, você tem que ter de 18 a 28 anos de idade, ter uma conduta ilibada, não pode ser casada, nem ter filhos e não pode ter sido fotografada nua ou seminua. É o regulamento do Miss Universo de 20 anos atrás, só que o Grand é, no meu ponto de vista, o Miss atual com pitadas de modernidade, que eu vou levantar durante a minha construção — afirma o missólogo.
O objetivo de sua gestão é trazer de volta a essência e a credibilidade que acredita que o Miss Universo acabou perdendo nos últimos anos. Conforme Hazzy, a miss da atualidade, além dos critérios de beleza e corpo, precisa ser inteligente, ter uma consciência sobre negócios e estar atenta às demandas da sociedade.
— Eu defendo a bandeira conservadora de um concurso de miss, que realmente é uma disputa de beleza. A partir disso entra as pequenas modernidades, que você tem que ser uma mulher e empoderada, tem que ajudar o próximo, levantar a bandeira de uma causa social que acredita. Você vai utilizar a sua imagem pública para apoiar essas causas, ir nas periferias, trabalhar em prol de pessoas que necessitam. Isso é o papel de uma miss, diferente da década de 60 e 70, que a miss era só beleza — pondera.
Oito revelações
Com 40 anos de experiência, o missólogo detém o maior número de títulos na história do Miss Universo Brasil. Hazzy revelou oitos misses no total, das quais incluem Renata Fan, que hoje atua como apresentadora de televisão, Juliana Borges, famosa por ter feito 19 plásticas para participar do concurso, a ex-BBB Joseane Oliveira, e Priscila Machado, que chegou à terceira colocação no Miss Universo 2011.
Recentemente, mesmo afastado da franquia do Miss Brasil, ele acompanhou os bastidores de preparação da gaúcha Maria Brechane, vencedora do concurso em 2023. E, ofereceu aconselhamentos à paulista Isabella Menin, primeira brasileira coroada com a Miss Grand International, em 2022.
O que esperar
Na linha de frente do Miss Grand Brasil como gestor, o missólogo quer transformá-lo em um grande show para o público. Para isso, ele diz que está realizando investimentos e preparando um equipe de coordenadores e diretores regionais de todo o país, com profissionais experientes do mercado da beleza.
— Eu estou montando uma equipe com os melhores coordenadores estaduais. São 27 estados brasileiros e em cada um vai existir um braço direito do Evandro Hazzy. Essas pessoas já trabalharam comigo lá atrás e eu estou trazendo de volta, resgatando os antigos coordenadores do Miss Universo Brasil. Os jurados, por exemplo, serão pessoas que conhecem o mercado, profissionais de moda, pessoas que vão conhecer a beleza feminina, professores de inglês para testar as misses na íntegra — explica.
Evandro Hazzy quer também que o concurso ofereça apoio integral às misses escolhidas. Segundo ele, um ponto que merece atenção é o aspecto psicológico na preparação das modelos, uma vez que esse processo envolve cobranças e renúncias. Além disso, ele afirma se preocupar com o aumento dos índices de depressão e ansiedade entre as pessoas.
— Miss é um investimento não só financeiro, mas também é investimento mental, porque tem que cuidar de tudo, do corpo, da mente, do figurino, da família, dos fãs. Hoje, a gente trabalha com haters, diferente do passado, onde a gente não tinha esses haters nas redes sociais — finaliza.
O Miss Grand Brasil é uma das franquias do Miss Grand International, concurso de beleza feminino criado na Tailândia, realizado anualmente desde 2013. As misses são avaliadas pelos tradicionais desfiles de passarela, e também em quesitos como comunicação e inteligência emocional. Um dos diferenciais da premiação é o enfoque em promover o conhecimento e a compreensão para o combate à violência e em prol da paz mundial.
*Produção: Carolina Dill