O câncer de mama é o de maior incidência e também o que mais mata mulheres em todo o mundo. No Brasil, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), este tipo de tumor fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Só para 2021, a estimativa é que 66.280 novos casos sejam detectados no país.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de tumores, alguns têm desenvolvimento rápido enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, tem grandes chances de cura.
Falar sobre a doença também é importante, pois ajuda no impacto de outras mulheres. E foi o que fez a jornalista Lilian Ribeiro, da GloboNews. Durante o programa Em Pauta, ela apareceu de lenço e expôs seu tratamento contra um câncer de mama.
Convidamos a mastologista Maira Caleffi, presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), para compartilhar dicas de como focar no autocuidado e aumentar as chances do diagnóstico precoce do câncer de mama. Confira a seguir:
Autoconhecimento
Não se sente segura para fazer o autoexame? Maira defende que quem “faz exame” é o médico, e que a mulher tem que ficar atenta ao próprio corpo. Apareceu algo diferente, um nódulo, dor na região ou um sintoma que foge ao normal? Vá buscar ajuda especializada imediatamente. Mas não caia no erro de fazer o acompanhamento apenas quando tiver sintomas. O rastreio mamográfico, com consultas e exames de rotina, deve ser feito anualmente por quem tem mais de 40 anos, com ou sem sinais de que algo está errado.
Diagnóstico precoce
Quanto mais demorado for o diagnóstico, menos chances de cura. Mantenha os exames de rotina, além das consultas com ginecologistas – e também mastologistas, caso tenha histórico familiar, realizado biópsia ou apresentado lesões prévias. Não abra mão do autoconhecimento das mamas (toque, se olhe no espelho, sinta a região) e dos exames periódicos, não somente clínicos. Não há exame de imagem que substitua a mamografia. A ultrassonografia e a ressonância magnética são complementares.
Acompanhamento médico
Não é necessário ir ao ginecologista e se submeter a uma bateria de exames a cada seis meses – uma vez por ano é o recomendado. Esse intervalo mais curto é indicado somente em casos específicos de suspeita da doença ou que demandem acompanhamento. Quando for fazer a mamografia, busque locais especializados e que sejam conhecidos pela excelência.
A médica Maira destaca que isso garante a qualidade na realização do procedimento e evita falsos negativos, positivos e intervenções desnecessárias que podem decorrer de um laudo malfeito. A dica é: assim que estiver com o exame em mãos, não leia apenas o laudo final e tire suas conclusões. Sempre recorra ao médico para interpretar os dados corretamente.
A vacina contra covid pode alterar os exames?
A Sociedade Brasileira de Mastologia tem indicado que mulheres que não estão com os exames em atraso aguardem quatro semanas para fazer mamografias, ultrassonografias e ressonância magnética das mamas após a vacinação contra a covid-19. A recomendação ocorre porque o imunizante pode causar inchaço passageiro de gânglios embaixo do braço. No entanto, mulheres com câncer diagnosticado ou com sintomas graves não devem retardar seu tratamento.