Você tem uma amiga da vida toda? Aquela parceira de décadas que está sempre ao seu lado nas horas boas e ruins?
Para marcar o Dia do Amigo, celebrado na próxima terça (20), convidamos cinco leitoras para compartilharem suas histórias de grandes amizades que atravessam os anos. Algumas encontraram nas vizinhas uma rede de apoio incondicional, outras desenvolveram uma conexão com amigas de escola que segue até hoje. Há também aquelas que trabalharam juntas e viraram mais do que colegas, ou que se conheceram por acaso ainda nos primeiros dias de vida.
Amizade de berço

Não é exagero afirmar que Melissa Nunes Umpierre Crusius e Tatiana Spinelli Abrahão são amigas desde que nasceram. Poucos dias após dar à luz, a mãe de Melissa foi avisada pela zeladora do prédio onde morava que uma vizinha também havia acabado de "ganhar uma menina". Uma batida na porta, uma conversa amigável entre as duas recém-mães e pronto: ali teve início uma amizade de berço que segue firme e forte, 42 anos depois.
— Elas nunca imaginaram que desse momento despretensioso surgiria uma amizade tão forte quanto a minha e da Tati. Temos uma conexão como se fôssemos irmãs — conta Melissa, que é administradora de empresas. — Minha família mudou do prédio quando eu era criança, nossas vidas seguiram, mas o vínculo entre a Tati e eu continua o mesmo até hoje. Nem a pandemia nos separou, pois ficamos 24 horas por dia conectadas online.
Uma se tornou o porto seguro da outra nas horas difíceis. Aos 18 anos, Tatiana perdeu o pai. Na adolescência, ela também se despediu de uma prima muito próxima. Foi Melissa quem ajudou a amiga a superar o luto e seguir em frente de cabeça erguida. A situação se repetiu quando a administradora precisou lidar com a morte do avô na mesma época — desta vez, Tatiana estava ali com os braços abertos para reerguer a amiga.
A parceria se repetiu nos momentos de alegria. Melissa conta que o grande marco da trajetória das duas foi mesmo a chegada da maternidade. Quando Tatiana engravidou, em 2006, não havia dúvidas: sua grande amiga seria a madrinha de Ana. O relacionamento entre afilhada e madrinha é tão próximo que a adolescente, hoje com 15 anos, é conhecida por ter o temperamento da dinda. Depois, em 2010, foi a vez das duas amigas darem à luz com poucos meses de diferença. Elas puderam repetir o que suas mães experimentaram há quatro décadas: presentear os filhos com a oportunidade de construir uma relação de amizade desde os primeiros dias de vida.
— Vivemos a gravidez juntas, e os dois bebês se conheceram ainda nos primeiros dias. A Valentina, da Tati, nasceu em maio. O Vinícius, meu filho, em dezembro. Foi muito especial ver nossa amizade indo além por meio deles — diz Melissa.