Você tem uma amiga da vida toda? Aquela parceira de décadas que está sempre ao seu lado nas horas boas e ruins?
Para marcar o Dia do Amigo, celebrado na próxima terça (20), convidamos cinco leitoras para compartilharem suas histórias de grandes amizades que atravessam os anos. Algumas encontraram nas vizinhas uma rede de apoio incondicional, outras desenvolveram uma conexão com amigas de escola que segue até hoje. Há também aquelas que trabalharam juntas e viraram mais do que colegas, ou que se conheceram por acaso ainda nos primeiros dias de vida.
Unidas até na hora da vacina
Juliana Andrade mandou uma mensagem para a amiga Marcia Villarinho assim que ficou sabendo da data em que poderiam se vacinar contra a covid-19. A advogada tinha uma certeza: queria a companhia de sua grande parceira nesse momento histórico. Afinal, há mais de 30 anos elas dividem memórias e estão lado a lado para o que der e vier – desde as primeiras conversas na quinta série do colégio Anchieta, em Porto Alegre. Por isso, serem imunizadas na mesma hora e no mesmo local era uma espécie de dever, mais uma lembrança que não podia faltar na coleção dessa longa amizade.
— A gente precisava fazer isso juntas, sabe? Estávamos muito empolgadas. Chegamos no drive-thru do Barra Shopping Sul, tinha um sax tocando, era um clima de esperança, de voltar a ter uma vida normal. A gente gritava, ria. Vou lembrar para o resto da vida — conta Juliana, de 42 anos.
E boas histórias não faltam para essa dupla. Viajaram para Disney e para Bariloche ainda na adolescência, lembram com carinho das férias na casa de praia de Marcia, em Xangri-lá, emendaram festas de Carnavais até a madrugada e por aí vai. Dos perrengues, recordam de um Réveillon em Punta del Este, no Uruguai, em que Juliana fraturou o pé andando de salto no dia 31 de dezembro. O resultado? Marcia passou a virada de ano ao lado da amiga no sofá da casa, já que a indicação médica era de repouso com o "pé para cima". Juliana teve dois filhos, e a amiga se transformou na "tia" que pega junto. E mais: quando ambas se separaram com poucos meses de diferença, uma foi o esteio da outra, lembra Juliana:
— Dividimos até a psicóloga (risos). Ela sempre me apoiou, é muito presente, me ouve, me faz rir para desopilar. É aquela amiga que topa tudo mesmo, sei que posso contar.
No futuro, elas planejam ficar ainda mais próximas. Brincam que vão construir um residencial apenas para seu grupo de amigas íntimas viver a velhice juntas.
— É uma amizade que não tem como separar — afirma.