Você tem uma amiga da vida toda? Aquela parceira de décadas que está sempre ao seu lado nas horas boas e ruins?
Para marcar o Dia do Amigo, celebrado na próxima terça (20), convidamos cinco leitoras para compartilharem suas histórias de grandes amizades que atravessam os anos. Algumas encontraram nas vizinhas uma rede de apoio incondicional, outras desenvolveram uma conexão com amigas de escola que segue até hoje. Há também aquelas que trabalharam juntas e viraram mais do que colegas, ou que se conheceram por acaso ainda nos primeiros dias de vida.
Trabalho e amizade andam juntos
Sabe aquela história de que não dá para misturar amizade e negócios? Elena Borges de Castro e Elisângela Andrade estão aí para provar que é possível, sim, estabelecer laços que transbordam para além do trabalho. Tudo começou quando tinham 18 anos e trabalhavam num frigorífico em Rio Pardo. Ambas cursavam contabilidade em Santa Cruz do Sul na mesma faculdade, mas foi no dia a dia na empresa que se aproximaram de fato.
A sintonia era tão afinada que passaram a cursar inglês juntas, frequentavam a casa uma da outra e, quando se deram conta, construíram uma forte amizade. Veio a formatura – por ordem alfabética, quem chamou Elisângela para receber o diploma foi a amiga – e, em seguida, Elena se mudou para trabalhar na Capital. Poucos anos depois, surgiu uma vaga na empresa em que Elena estava e ela não pensou duas vezes: indicou Elisângela para o cargo. A amiga fez o processo de seleção e tirou o primeiro lugar, recorda Elena:
— Íamos juntas trabalhar, fazíamos academia. Nos complementamos. A Elis é brava e rápida, eu sou calma e devagar.
Tudo ia bem até Elena receber uma proposta de emprego. Ela se jogou na oportunidade, mas as amigas não se separaram por muito tempo. Quatro meses depois, surgiu uma vaga e Elena indicou Elis. A história se repetiu: voltaram a trabalhar juntas. Em 2013, Elena virou mãe de Marina, e Elisângela ganhou uma "filha por tabela". Outro momento marcante foi a luta de Elis contra o câncer de mama — a amiga não saiu do lado dela.
— Tive medo de perder a Elis, ela é minha irmã. Também é uma mãe para a Marina. Não dispenso meu papel, mas é como se eu dividisse com ela — avalia Elena.
Mais uma vez, os rumos profissionais mudaram. Quando Elena trocou de emprego, Elisângela também estava em busca de outros caminhos, e o destino das duas se cruzou novamente. Elis concorreu à vaga de uma colega da amiga, que havia pedido demissão. Em poucos dias, estavam trabalhando lado a lado e seguem juntas até hoje.
— No trabalho, sabemos as qualidades de cada uma, como nos dividir. Na vida real, falamos as verdades, tem mais perrengue (risos) — brinca Elena.