Ao mudar de casa, tem quem fique em dúvida se o gato ficará de boa na nova moradia ou se vai miar a noite toda em protesto pelo espaço perdido. Esteja atento, pois isso realmente acontece. Mas, como voltar atrás é impossível, existem alguns cuidados que podem ser tomados quando há mudança na moradia do gato.
Se o seu bichano ama determinado espaço da casa ou até mesmo o pátio do vizinho, provavelmente vá ficar ressentido com a troca de ambiente. Acontece até mesmo de, no caso de mudanças próximas da moradia antiga, o gato abrir mão das pessoas com as quais convive para voltar a tomar sol no telhado da casa do vizinho.
Atenção aos gatos "aéreos" e "terrestres"
Um cuidado interessante que ajuda os felinos a se adaptar à nova moradia é levar junto seu móvel preferido. Se o felino ama a última prateleira do armário da cozinha, manter um lugar semelhante pode ajudá-lo a se manter nas alturas. Se seu felino fica no armário mais alto da casa para se isolar das crianças, por exemplo, essa "rota de fuga" precisa ser respeitada.
Já aqueles para os quais o sofá da sala constitui seu local preferido de repouso, deixá-lo à disposição na nova morada já é meio caminho andado. Da mesma forma, os gatos que preferem o acolhimento do piso do banheiro ou da cama do tutor, por exemplo, precisam estabelecer uma rotina de segurança e conforto no novo lar.
Como saber se meu gato vai se adaptar de boa?
Gatos que vivem em casa, em que o mundo é um grande penico, podem ter mais dificuldade para se adaptar a um apartamento, por exemplo.
Já falamos aqui da importância de educar o gato filhote a usar caixinha de areia em algum lugar da casa, ainda que tenha um pátio enorme à disposição. A recomendação é particularmente útil quando é preciso transportar o gato para outra moradia, seja isso passageiro ou definitivo.
Confira mais dicas:
Horários bem definidos
Se o deslocamento para uma nova moradia é acompanhado por mudança de horário de trabalho do tutor, saiba que isso também trará reflexos no comportamento do mascote. Se for assim, prefira fazer a mudança na sexta-feira. Assim, o gato terá o sábado e o domingo para começar a absorver o novo espaço contando ainda com sua presença reconfortante e restauradora.
Na medida do possível, manter os horários de chegada e saída da moradia, assim como da alimentação e dos dengos dedicados ao mascote, fará com que seja mais rápida será a absorção da nova realidade.
Pessoas a menos (ou a mais) na nova casa
Divórcios costumam causar impacto nos felinos, tanto pela mudança de moradia quanto pela ausência de um dos tutores. Saiba que a ausência por si só já pode ser fonte de ansiedade para o gato, em menor ou maior grau, e uma dose extra de mimos e agrados pode ser necessária em um primeiro momento.
Da mesma forma, é importante dar tempo para o gato se adaptar à nova pessoa da casa, seja quem for. Mesmo os gatos mais tranquilos podem se sentir ameaçados com presenças inesperadas.
Mascotes novos
Outra situação que pode comprometer a adaptação do seu felino na nova moradia é a presença de outros mascotes. Pode fazer muita diferença, tanto para o bem quanto para o mal. Alguns felinos podem pular da janela em uma situação inusitada, sem lembrar que a janela agora está longe do chão. Animais novos podem ser companheiros, mas também podem assustar o recém-chegado.
Cada indivíduo é único e seu mascote pode ficar alguns dias miando sem parar tentando entender onde foi parar aquele solzinho que batia no sofá da tarde às 14h. Às vezes, os detalhes que fazem diferença para seu mascote passam desapercebidos, mas só o tempo vai fazê-lo compreender que o afeto segue inabalável por parte de seu tutor.
Havendo a chance de levar seu pet para " visitar" a nova morada dias antes da mudança, pode ser interessante.
Fique ligado
Seu gato vai ser o último item a ser levado para a casa nova. Não invente de deixá-lo preso assistindo àquela confusão toda de móveis chegando, pode ser assustador. Também não o deixe pela casa no meio do fogo cerrado, ele pode até mesmo fugir.
Pode acontecer do seu mascote ficar "trancado" e não conseguir esvaziar a bexiga e o intestino com a frequência devida. Isso é bem sério e precisa ser rapidamente atendido. Se, no final do segundo dia da mudança, seu pet ainda não fez xixi, leve ao veterinário, pois tudo pode complicar com a urina retida.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação.