Não é de agora que o Spitz, também conhecido como Lulu da Pomerânia, tem ganhado o coração de muita gente. Mozart (1756-1791), a rainha Maria Antonieta (1755-1793) e o escritor francês Émile Zola (1840-1902) são apenas alguns exemplos conhecidos de quem se rendeu aos encantos dos Lulus ao longo dos tempos. Contudo, apesar da fama, manter um pet assim exige alguns cuidados extras. Como toda raça pura, eles têm tendência para apresentar algumas patologias, isso em função de seu tamanho e de particularidades de pele e de pelo. Ah! E aquela carinha de ursinho pode surpreender: tem Lulu que acaba virando um mascote bem brabinho.
O que se pode esperar de um Lulu da Pomerânia
Temperamento
Uma raça extremamente carinhosa e protetora com sua família, os Lulus costumam ser destemidos. Tamanho não é documento e ele pensa que é um Pastor Alemão quando o assunto é invadir seu território. Por conta disso, não é comum um Lulu medroso. Aliás, eles costumam ser corajosos e destemidos, e também bastante curiosos e ousados. Isso tem a ver com sua origem. Seus ancestrais era mais robustos e usados para o pastoreio. Sua incontestável bravura e ousadia o fazia afugentar até mesmo lobos. Embora seu tamanho tenha diminuído com o tempo, em função de acasalamentos direcionados, seu temperamento seguiu o típico "baixinho invocado".
Necessidade de companhia
O Lulu odeia solidão e pode ser considerado o oposto de um Shit-zu ou de um Lhasa Apso. Esses animais de origem oriental podem, na idade adulta, dormir 18 horas por dia, o que não acontece com o Lulu da Pomerânia nem quando for idoso. Ele pode se tornar uma animal muito nervoso se não for acostumado desde pequeno a ficar sozinho em casa. Isso quer dizer que uma adaptação mal feita pode fazer com que ele seja daqueles cachorros que latem quando o dono sai de casa. E o latido dessa raça sabe ser estridente. Pense duas vezes em ter um Lulu em casa se você já sabe de antemão que ele vai ficar muito tempo sozinho.
E não se esqueça: Lulus podem se mostrar arredios e até agressivos contra estranhos. Por isso, desde cedo ele deve se socializar com os membros das famílias com os quais passará a conviver, isso inclui amigos, parentes e vizinhos.
Pelo
O Lulu, uma vez adulto, soltará menos pelo se comparado à sua idade de filhote. Muitos tutores se arrependem de ter levado para casa um texugo que vive perdendo pelo, mas isso é uma fase e tende a melhorar em menos de um ano. Contudo, não pense que o Lulu da Pomerania é um Poodle, animal que ganhou a atenção do público justamente por não soltar pelos. O Lulu vai soltar a vida toda, em especial no final da primavera e início do verão.
Quais as doenças mais comuns da raça?
- Pele
As doenças mais comuns do Lulu encontram referência na pele, por isso necessitam escovação diária e cuidados especiais contra a umidade. Deixar um Lulu secando sem o auxílio de um secador de cabelo potencializa possíveis dano à pele e ao pelo.
- Joelho
Algumas famílias de Lulu acabam desenvolvendo a tendência a ter problemas de luxação de patela, o que nada mais é do que deslocamento do joelho para o lado, acarretando em claudicação. Essa luxação só é reduzida por meio de cirurgia.
- Tártaro
É, eles têm. Um Lulu em idade adulta já começa com o mau-hálito. Por conta disso, vai exigir cuidados extras com a alimentação e higiene bucal. Isso também pode levá-lo a algumas visitas extras ao veterinário em função da limpeza dos dentes. A higiene bucal desses animais deve ser levada a sério porque pode trazer outras patologias para o mascote.
- Olho
Como todo cachorro anão, o Lulu pode começar a ter problemas oftalmológicos tão logo começa a envelhecer, o que não quer dizer cegueira. Algumas famílias podem ter herdado o gene que faz com que a retina se desloque precocemente. Isso é grave.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.