Na última segunda-feira (27), Katiuscia Reis encheu o seu carro com produtos feitos por mulheres empreendedoras independentes gaúchas e partiu rumo a Mato Grosso do Sul, mais especificamente, Campo Grande. Por lá, ela pretende expor em uma feira estes itens, que são oriundos de marcas que têm como bandeira a sustentabilidade e que, neste momento de crise, estão sofrendo para movimentarem seus caixas.
A iniciativa foi realizada de maneira emergencial, para divulgar o quanto antes estes pequenos ateliês. Assim, foi criado o Coletivo RS que, com o apoio do movimento Moda Autoral Gaúcha (MAG), organizou marcas de empreendedoras que conseguiram salvar parte de seus estoques e, assim, levar peças para serem exibidas em outro Estado, fortalecendo o cenário da economia criativa liderado por mulheres, seja em moda autoral, decoração e artesanato.
A feira em questão na qual as marcas serão exibidas é a Borogodó, que ocorre no próximo domingo (2), em Campo Grande.
— Muitas das meninas possuem ateliês em casa. E, quando a água entrou, muitas acabaram perdendo não só a casa, mas todo o seu espaço e instrumentos de trabalho. Perderam máquina, material, tecido. Então a ideia foi essa: tentar traçar algumas alternativas de como a gente poderia se juntar para reinserir essas meninas no mercado — explica Katiuscia, que é de Campo Grande, mas mora em Porto Alegre.
No total, sete marcas serão expostas na feira, com estoque para vendas, mas, também, segundo Katiuscia, a ideia é realizar contato com lojas colaborativas e físicas e aproximar estes espaços das empreendedoras. Assim, a intenção é criar uma linha de fornecimento para fora do Rio Grande do Sul.
As sete marcas que foram levadas para Campo Grande, tendo Katiuscia como representante, são: a 2BConfy, marca slow fashion que utiliza matéria-prima reciclada; a Rô Boff, joalheria autoral feita com peças ressignificadas; a Ibizitas, marca de calçados que usa couro de reuso; a Brinco de Azulejo, que faz acessórios com fragmentos coletados na orla do Guaíba; a Ana Bah, que produz moda plus size com tecidos certificados; a Cy Dellegrave, designer independente que trabalha com estamparia autoral; e a Adoro Cores, que realiza objetos ilustrados que contam a história de Porto Alegre através da arte.
— O mais importante, neste momento, é alavancar a economia. E, do nosso lado, a gente coloca uma questão a mais, que é o consumo consciente, que geralmente é ofuscado pelas grandes produtoras, as "fast fashions". Agora, como veio muito forte a questão local, a gente precisa reforçar também o consumo de marcas que têm na sua linha de produção a preocupação com o meio ambiente, com a sustentabilidade, com a ética de como é produzido o produto e como ele é descartado depois — completa Katiuscia, que possui o perfil @meulookautoral no Instagram, que tem o intuito de fomentar pequenas marcas que tenham o cunho de sustentabilidade na linha de produção.