Chegou aquela época do ano em que as vitrines estão adesivadas com anúncios de promoções e viram verdadeiras tentações para os consumidores. A verdade é que os descontos até podem parecer atrativos, mas nem sempre valem realmente a pena.
A consultora de moda, especialista em mercado de luxo e colunista de Donna, Marcela Serro Frasson, diz que o principal erro é esse: a compra por impulso. Muita gente adquire peças sem ter certeza se gostaram ou se irão mesmo usá-las. Outro erro comum é se empolgar demais e acabar gastando mais do que o orçamento permite. Para Leila Ghiorzi, consultora e educadora financeira, é importante definir um valor máximo para a compra e saber do que você realmente precisa.
Confira as dicas que as duas especialistas deram à nossa equipe para ajudar você a comprar bem e de forma inteligente, sem estourar o seu orçamento:
Dicas da Marcela Frasson:
PRIMEIRO, DÊ UMA OLHADA NO SITE
No caso de marcas grandes e mais conhecidas, que também vendem online, vale dar uma conferida no site antes de ir ao shopping. Além de evitar o tumulto das lojas físicas nessa época, você pode analisar as opções com mais calma no conforto de casa e tomar decisões mais acertadas. Além disso, as lojas online costumam oferecer um parcelamento maior do que as físicas.
PRIORIZE O QUE É ATEMPORAL
Peças que foram a modinha da estação e ficaram muito "marcadas" não devem ser adquiridas. Na hora da escolha, priorize aquelas roupas que não saem de moda nunca, como vestidos básicos, calças jeans, camisas e blazers. Nas estampas, apostes em listras, poá e animal print. Entre os calçados, procure pelos mais clássicos como scarpins, sapatilhas e sandálias de tiras. Sobre os acessórios, óculos de modelo máxi ou aviador não têm erro.
OPTE POR PEÇAS COMPATÍVEIS UMAS COM AS OUTRAS
Compra certeira (e produtiva!) é aquela na qual as peças adquiridas combinam entre si, além de combinarem com as demais roupas, acessórios e calçados que você já tem. Isso garante que você conseguirá compor inúmeros looks diferentes, mesmo sem ter comprado tantas coisas novas.
SE NÃO TEM CERTEZA, NÃO COMPRE
Na liquidação, é comum você experimentar peças que pegou no impulso e que não tem certeza se gostou (ou se vai usar). Se esse for o caso, não compre com a desculpa de que "o desconto está ótimo". Há grande chance de você se arrepender e, de fato, não usar. Aproveite e guarde seu dinheiro para algo que você realmente ache interessante.
PENSE NO ESPAÇO QUE TEM EM CASA
Antes de ir às compras, é necessário considerar que as roupas de inverno costumam ser mais pesadas e volumosas. Portanto, também ocupam mais espaço. Às vezes, na empolgação, as consumidoras compram meia dúzia de casacos e depois precisam guardá-los apertados ou dobrados demais, o que pode danificar a peça.
Dicas da Leila Ghiorzi:
CONHEÇA O SEU ESTILO
Lembre de coisas que ficam bem em você, que façam você se sentir bem. Não adianta ir em uma loja, achar uma roupa linda e levar para a casa, se você não conseguir usar porque não combina com seu estilo de vida. Não compre vários tênis se o dresscode do trabalho exige sapato fechado, por exemplo. O seu dinheiro tem que ir para as coisas que fazem sentido na sua vida.
FAÇA UMA LISTA DO QUE VOCÊ PRECISA
A ideia é fazer uma lista de coisas que estão faltando. Se no seu Pinterest tem muitas inspirações de calças jeans, mas você não tem nenhuma no guarda-roupa, é um indicativo que vale a pena investir. Invista mais dinheiro nesse tipo de peça atemporal. O que for peça de moda, não precisa gastar tanto.
DEFINA UM ORÇAMENTO
Com a lista pronta, é preciso avaliar as finanças e o quanto de dinheiro disponível você tem, ou o quanto você pode gastar com isso, além das formas de pagamento. Por exemplo, se você não pode pagar tudo no mesmo mês. Então, leve um cartão de crédito com o limite suficiente para que dê para pagar na próxima fatura. E foque para não sair disso. Se você faz compras sem uma noção do quanto pode gastar, é muito fácil se deixar levar pelo papo do vendedor e pela vontade de comprar mais.
DEIXE O CARTÃO DE CRÉDITO EM CASA
O cartão de crédito com o limite mais alto é bom ficar em casa, leve só aquele cartão com o limite mais baixo, suficiente para gastar a quantia que você definiu. Ou deixe todos em casa e leve com você só o que pode gastar. Se tiver algo excepcional em liquidação, você vai ser obrigado a repensar se vale a pena voltar em casa para pegar o cartão com limite maior. Ou se não é tão importante assim.
LEVE UM ALIADO JUNTO PARA FAZER COMPRAS
Leve alguém que entenda do seu estilo, alguém que possa ajudar a analisar as peças, ver se realmente faz sentido no seu guarda-roupa, se dá para usar com outros looks, ou se é melhor deixar na loja. O aliado é alguém que ajuda você a refletir sobre o consumo. A pessoa não pode te influenciar a gastar mais, tem que ser uma pessoa escolhida a dedo. Que conheça você e seja consciente.
NÃO SUPERESTIME O FRIO DO SUL
As pessoas têm medo de passar frio, o que acaba tornando o guarda-roupa pouco funcional. O que são peças não funcionais? São aquelas que não podem ser sobrepostas ou que não aquecem. Sabe o efeito cebola? Todo mundo diz que tem que colocar um monte de camadas de roupa. Na verdade, é um erro. Temos que comprar peças de mais qualidade pensando nos dias em que realmente faz frio, e que são, geralmente, três ou quatro semanas do inverno. O guarda-roupa precisa ser distribuído de forma mais inteligente.
NÃO CAIA EM: “LEVE MAIS, PAGUE MENOS”
Sabe aquelas promoções em que uma peça é, por exemplo, R$ 150, mas, se você levar duas, sai por R$ 200? Não caia nessa. Por mais que as duas peças individualmente sejam mais baratas, no volume total, você gasta mais do que se tivesse comprado uma peça só. Você realmente necessita ter duas daquela peça? A menos que você divida com alguém, daí vale a pena. Se não, é uma economia que não faz sentido. Se você fizer isso com todas as compras, vai gastar absurdamente mais.