Um dos maiores ícones do mundo da moda, Karl Lagerfeld morreu na manhã desta terça-feira (19) em um hospital em Paris. De acordo com informações de publicações como Mirror e The Sun, o diretor criativo da Chanel baixou em um hospital na noite de segunda-feira (18). A causa da morte ainda não é conhecida e a Chanel ainda deve lançar um pronunciamento sobre a morte de Lagerfeld, que estava há mais de três décadas à frente da mason. Para a jornalista de moda e colunista de Donna, Patrícia Pontalti, a moda perde um grande nome hoje.
– A perda de Karl Lagerfeld marca o fim de uma era. Ele era um dos últimos grandes criadores da velha guarda, dos grandes nomes da moda que fizeram acontecer o estilo do século 20, como Saint Laurent, Chanel e Dior. Aos 85 anos. Aos 85 anos, ele conseguia se manter criativo, soube acompanhar seu tempo e ir se atualizando. Manteve-se no topo na longuíssima trajetória que teve.
As especulações sobre as condições de saúde do designer começaram ainda no começo do ano. Em janeiro, Karl chegou a perder dois dos desfiles de alta-costura da Chanel na Semana de Moda de Paris, no dia 22. Na época, a justificativa teria sido o cansaço, e a label até leu um posicionamento sobre a ausência de sua figura mais ilustre:
“O Sr. Lagerfeld, diretor artístico da Chanel, que estava se sentindo cansado, pediu a Virginie Viard, diretora do estúdio criativo da Casa, para que o representasse”
Em entrevistas prévias, Lagerfeld contou que foi inspirado a viver o mundo da moda quando acompanhou a mãe em um desfile da Dior, em 1949. Depois disso, começou a fazer os primeiros desenhos. Em entrevista à Revista Madame Figaro Magazine, Lagerfeld contou que, quando o ofereceram o trabalho na Chanel em 1985, ele aceitou cheio de reservas:
"Na época, eu já tinha uma boa reputação, estava com Fendi e Chloe. Eu fui alertado 'Não aceite Chanel, é horrível'. Quando eu cheguei, Coco já tinha morrido há 10 anos e todo mundo vivia em respeito à sua memória. Se você quer matar uma Casa, mostre respeito", disse à publicação.
Lagerfeld é reconhecido por ter tornado a Chanel mais moderna e atraente a um público mais jovem, trazendo novas cores, cortes e estilos aos looks.
– E Lagerfeld deu um novo brilho a Chanel. Quando assumiu, em 1983, a maison havia perdido o brilho, que ele conseguiu resgatar transgredindo um pouco o estilo, mas mantendo o DNA da casa criada por Coco Chanel. Criou ícones de luxo extremo e manteve a grife como um desejo de sofisticação – analisa Pati Pontalti.
Além de seu trabalho, seu visual também se tornou icônico ao longo dos anos: o terno preto com os cabelos brancos presos em um rabo de cavalo, luvas sem ponta e óculos escuros viraram a marca registrada do designer.