
À frente da marca de acessórios Volta Atelier há pouco mais de um ano, a gaúcha Fernanda Daudt tem chamado atenção no mercado de moda norte-americano. As bolsas da grife se destacaram na última edição da Semana de Moda de Nova York.
"Foi muito bom, é muito gratificante ver o crescimento da marca aqui e a aceitação do design sustentável produzido no Brasil", disse Fernanda à Revista Donna após o desfile. As bolsas foram apresentadas com as peças de tear da estilista israelense Adi Yair, com a francesa Lâcher Prise da estilista Marine Delmau e com a marca novaiorquina Acid NY.

As peças são feitas com couro que sobra da indústria calçadista, muito comum no Rio Grande do Sul, e costuradas à mão por artesãs refugiadas do Haiti, que moram em Caxias do Sul, na serra gaúcha. Segundo Fernanda, a ideia era criar um projeto de produção artesanal, mas tendo também um cunho social. Para isso, contou com o apoio do Centro de Atendimento ao Migrante em Caxias do Sul.
"Pensamos em dar uma oportunidade de trabalho a pessoas que têm dificuldade de conseguir um emprego de turno integral, como mães que precisam acompanhar seus filhos, por exemplo", explicou.
Um grupo de mulheres que já haviam tido alguma experiência com artesanato no Haiti foi treinado para trabalhar com Fernanda.
"As pessoas que trabalham no projeto trabalham por méritos, por suas habilidades como artesãs e não por serem ou não refugiadas. Minha ideia é continuar trabalhando com elas. Elas chegaram em um país estranho e estão construindo sua história aqui. A condição de refugiada é, esperamos todos, uma situação transitória", afirmou a designer.
"Sinto que elas gostam de trabalhar de casa e se sentem valorizadas por poderem trabalhar em algo que elas gostam e têm talento", afirmou.
Além de couro, a coleção de bolsas também usou peles de amostra usadas em lançamentos de curtumes e contas recicláveis em malha tramada com agulha e nylon.
O editorial de divulgação das bolsas também reforça o comprometimento social da marca. A modelo é a refugiada e ativista do Sudão Mari Malek, que mora nos Estados Unidos, e as fotos foram feitas por DeSean Mills, um fotógrafo da Libéria.
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Gostou? Os modelos custam entre US$ 90 e US$ 415 (aproximadamente R$ 370 e R$ 1.720) e estão à venda no e-commerce da marca. A distribuição no Brasil é feita pela plataforma fashion da Amazon.
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