Seu filho entrou na escola nova e automaticamente você começa a fazer parte de um novo mundo: o grupo de mães no WhatsApp. É através do aplicativo que você recebe mensagens importantes, caso tenha perdido algum recado na agenda, trocar informações com outras mães e até desabafa um pouco de vez em quando. Mas, é preciso ter muito cuidado e usar o espaço com bom senso e moderação, do contrário pode virar treta. O assunto, aliás, rende tanto pano para manga que até o Porta dos Fundos fez um vídeo-sátira sobre este tipo de grupo.
:: Confira algumas dicas para evitar problemas e conflitos com outros pais, compiladas pela pedagoga Vanessa Martins Marques dos Santos:
O QUE VALE
- Tirar dúvidas sobre alguma mensagem da escola
- Marcar encontros fora do ambiente da escola para as crianças brincarem
- Obter informações sobre algum evento da escola, como festas de final de ano ou excursões
- Questionar se por acaso alguém ficou com o casaco, uniforme ou algum objeto da criança por engano
- Combinar um presente coletivo para as professoras
O QUE NÃO VALE
- Mensagens com figurinhas fofas, reflexões ou pornografias.
- Mensagens sobre reclamações da escola ou de professores devem ser debatidos em reuniões específicas para isso ou diretamente com o núcleo escolar.
- Enviar convites para eventos que nem todos foram convidados. O melhor nesse caso é chamar a mãe ou pai em particular.
- Iniciar debates sobre política, religião ou esportes. Cada um tem sua opinião e deve ser respeitada. Além do que, esse não é o espaço para isso.
- Expor as crianças ou julgar outros pais com mensagens como "mamães, soube que o Pedrinho hoje fez tal coisa" ou questionando a postura de alguma mãe em assuntos como alimentação, sono etc.
- Os áudios facilitam muito, mas devem ser usados apenas em casos extremos. Se enviar, seja objetivo.
- Mandar mensagens em horários inapropriados como tarde da noite ou muito cedo pela manhã.
- Publicar fotos dos seus filhos que não tenham a ver com o contexto escolar.
- Mandar mensagens de bom dia, boa tarde, boa noite. Em um grupo de pelo menos 20 famílias isso vai acabar gerando um excesso de mensagens desnecessárias.
OPINIÃO DAS MÃES
“ Sempre participei dos grupos de mães da creche no WhatsApp. Já pensei em sair milhões de vezes pois algumas pessoas não tem noção. Mas aprendi a filtrar as informações e não entrar na onda das mães neuras que têm a capacidade de minar o grupo. Também me irrito um pouco com as mães que acham que o grupo é Google e perguntam tudo ali, onde comprar isso, onde encontrar aquilo. Como meu marido é quem busca nossa filha na creche, acabo usando o grupo para ficar mais dentro dos assuntos da escola.” Letícia Altknecht
“Tenho gêmeos e esse ano eles mudaram para uma escola maior e me adicionaram no grupo das mães. É um ótimo grupo pois lá só falamos sobre o dia a dia da escola mesmo, tiramos dúvidas e resolvemos alguns problemas que possam acontecer entre as crianças. Um grupo específico para esses temas sem aquela enxurrada de emojis, bom dias etc.”
Dionéia Kirchner
“Fui uma das fundadoras do grupo. Gosto de poder trocar informações sobre a escola e sobre a turma. Ajuda muito nas questões como o tema que não foi copiado de forma correto pela criança, convites e dúvidas. O que não gosto no grupo (que por sinal diminui bastante) é quando o assunto não é relacionado ao objetivo do grupo, na caso a turma da escola. Questões políticas e correntes não devem ser discutidas ali.”
Katiele Lazzaretti
“ Sou administradora do grupo e quando iniciei ele éramos apenas onze mães. Criei com o intuito de podermos trocar informações sobre a turma, as professoras e as dificuldades com as crianças. No ano passado tivemos um pequeno problema entre duas mães devido ao comportamento de umas meninas. Eu como administradora pedi para elas conversarem em particular e, no fim, uma das mães envolvidas saiu do grupo."
Elenice De Souza Krüger
“Eu acho o grupo da escola maravilhoso. Minha filha precisa ir de van para a escola, em razão do meu horário de trabalho e do marido. Então acho bom porque assim tenho contato com as mães dos colegas, enviamos fotos e muitas vezes já combinamos encontros fora da escola. No meu caso, como minha filha chora na van, já peço para elas darem uma olhada se ela está bem, me mandam fotos e acalmam ela."
Letícia Bittencourt Guedes Telles
“Na época da adaptação na escolinha a gente ficava ali juntas, conversando e ai surgiu a ideia de criar o grupo. Somos em 18 mães. Eu acho muito útil o grupo ainda mais que a gente usa muito pra troca de informações. Tem que levar isso, levar aquilo, se perdemos algum recado. Essa semana mesmo três crianças entraram no processo de desfralde, então é bem objetivo, não tem muita mensagem não. Além disso, aproxima muito as mães e acabamos criando um vínculo de amizade. Então para mim é superpositivo."
Sarah Selaimen
Mais colunas da Vanessa
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.