Receber de "herança" a roupa do primo, a blusa da irmã, ir para a escola com o tênis que já foi do irmão mais velho ou passar as roupas que foram do seu filho para a prima que está grávida. Quem nunca? Uma prática simples, mas que faz toda a diferença, ainda mais com o mundo cada vez mais preocupado com o consumo consciente e a sustentabilidade.
As famílias contam com uma forte aliada na hora de se desfazer de produtos que não estão sendo mais usados pelos filhos: a internet. Está cada vez mais comum irem para a frente do computador ou do celular para vender ou trocar roupas ou brinquedos que não são mais próprios para a idade dos pequenos. Os canais permitem a venda desses produtos de forma fácil, rápida e melhor, muitos de forma gratuita. Selecionamos alguns para ajudar você a entrar também na onda do desapego.
NO FACEBOOK
Os grupos de vendas na rede social fazem cada vez mais sucesso. A venda muitas vezes ajuda no orçamento para a compra de outro produto que esteja faltando para a família. Sabrina Fernandes, 28 anos é de Pelotas e mãe do João de 5 anos e da Laura de 6 meses. Pelo menos uma vez por mês costuma comprar roupas em desapegos virtuais e também gosta muito de utilizar o canal para vender as peças dos filhos.
– Participo de grupos de brechós no Facebook e olho todos os dias as novas ofertas. Costumo usar somente brechós online e da cidade de preferência, pois assim tenho a oportunidade de ver a peça antes de comprar. Sempre indico para as amigas, inclusive uma delas, que está grávida, comprou boa parte do enxoval num grupo de desapegos, conta Sabrina.
Outra praticante do desapego virtual, Taís Esteves, mãe do João Pedro de 2 anos, vê nos grupos uma ótima oportunidade para fazer economia.
– Praticamente 80% das roupas do meu João foram adquiridas de pessoas que estavam revendendo as roupas dos seus pequenos. Também já coloquei produtos à venda como banheira, carrinho, bebê conforto e várias roupas e o dinheiro serviu para comprar outras coisas – lembra Taís.
Na hora de realizar as compras, as meninas alertam para a importância de pesquisar bem o grupo e o que está sendo oferecido. Algumas mães acabam colocando peças com valores exorbitantes ou com uma qualidade muito inferior frente ao preço cobrado.
:: Sugestões de grupos de desapego infantil:
SITES DE DESAPEGO
Criado em 2013, o Retroca é uma plataforma online colaborativa para compra e venda de vestuário infantil novo e seminovo especialmente de marcas internacionais como Armani Baby, Armani Junior, Carter’s e sapatos Burberry. O interessado envia os produtos para a equipe do Retroca que após passar pelo controle de qualidade paga ao usuário pelas peças e coloca à venda no e-commerce com descontos de até 70% frente ao varejo tradicional de novos.
No Ficou Pequeno, os papais podem publicar o anúncio de peças que estejam em bom estado e o site se encarrega da venda. Com o produto vendido, o usuário organiza a entrega e recebe o dinheiro, do qual é descontado 20% pelo Ficou Pequeno como pagamento por ter te ajudado a encontrar um comprador e arcar com as despesas da transação financeira.
APLICATIVO DE DESAPEGO
O casal Fabiane e Andrigo Quadros, de Santa Cruz do Sul desenvolveu o aplicativo Rekids. O app, disponível para Android e iOS, permite que você cadastre os produtos gratuitamente acrescentando descrição de valores, tamanho e a localização de onde está a peça. Além de poder fazer uma busca mais focada na sua necessidade e região (através do raio de abrangência selecionado) te enviará notificações sempre que um produto que te interesse – ou alguém demostre interesse pelo seu produto – estiver por perto. Ou seja, se eu moro em Porto Alegre e anuncio a venda do carrinho de bebê do meu filho para um raio de 20 km, moradores de cidades da Região Metropolitana poderão ser notificados do meu anúncio e efetuar a compra. O contato entre vendedor-comprador pode ser feito via mensagem no próprio aplicativo poupando ainda gastos com ligações.
Nas demais regiões do Brasil, faz sucesso aplicativos como Skina e Tradr, considerados os "tinders" do troca-troca de roupas. Basta dar like no que você quer comprar ou trocar e esperar a combinação. No entanto, preste atenção na localização geográfica para ver se vale a pena o frete.
Um formato mais pessoal e indicado pode ser feito entre grupo de amigas que tenham filhos, especialmente de idades próximas. Greice Pich, Analista de Comunicação, 34 anos, mãe da Laura Zanini de 2 anos e 9 meses e um grupo de amigas costumam trocar informações de peças à venda por whatsapp.
Elas já sabem mais ou menos o gosto uma das outras e a idade dos filhos e fazem a venda direta.
Só após todas analisarem as peças em desapego é que o que sobrar é oferecido em grupos do Facebook.
– Todas as minhas amigas que curtem esse sistema de troca-compra-venda eu marco em postagens de itens que acho que possam interessar e indico para venderem também. Aliás, elas geralmente pedem para eu anunciar e acabo me envolvendo nas negociações, faço fotos, posto, vejo os retornos – diz a analista.
Que tal copiar esta ideia com seu grupo de amigas também?
Mais colunas da Vanessa:
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.