A cantora Ludmilla e a esposa, a bailarina Brunna Gonçalves, já iniciaram o processo para se tornarem mães. Em entrevista ao Fantástico neste domingo (3), as duas falaram sobre as etapas que ainda precisam passar e desabafaram sobre os receios de criar uma criança negra atualmente.
— Essa é a pauta da nossa conversa. É por isso que acho que é a gente adia tanto, porque colocar um filho no mundo hoje em dia é uma coisa de coragem também — refletiu Ludmilla.
Brunna explicou que elas estão na fase inicial do processo, que costuma ser demorado.
— Estamos na fase dos exames. Fizemos um exame que, para ficar pronto, demora quase dois meses. Então, é um processo longo, sabe, mas estamos muito ansiosas — afirmou.
As duas visitaram uma clínica de reprodução assistida em Miami, nos Estados Unidos, no início de outubro, quando anunciaram que planejam ter filhos.
— Quando a gente foi nessa clínica, parecia que a gente já estava grávida, porque teve que fazer o ultrassom para ver se estava tudo certinho — brincou a dançarina.
— Vai ser o óvulo dela (da Ludmilla). Com o doador, aí vai fecundar esse óvulo e vai colocar o embrião dentro de mim — explicou ela sobre o processo de gestação.
Juntas desde 2017, Ludmilla e Brunna se casaram em 2019. Elas foram fotografadas em uma clínica de reprodução assistida nos Estados Unidos e a imagem foi publicada na conta do Instagram do local, mas deletada em seguida. A clínica também foi responsável pelo processo de fertilização in vitro de Thammy Miranda e Andressa Miranda. A gravidez assistida deu fruto a Bento, de dois anos.
Ataques racistas
Na mesma entrevista, a cantora carioca também falou sobre os ataques racistas que enfrentou recentemente. De acordo com Ludmilla, ela já foi vítima do crime diversas vezes.
— Não parei para contar, mas porque são muitos, eu não consigo contar. Eu não consigo... são muitos — disse ela.
Com o tempo, a artista afirma ter aprendido a lidar melhor com a situação, e frisou que faz questão de buscar a Justiça.
— As primeiras vezes que aconteceu (o crime), tipo assim, doeu muito, sabe, e eu acho que eu não tinha maturidade suficiente nem entendimento suficiente para lidar com a situação. Agora doeu, porque dói sempre dói, mas agora eu estou mais forte, mais resistente, tenho uma equipe muito melhor perto de mim. A gente já está em contato com delegado especializado nesse caso de crime racial e a gente vai atrás disso, porque eu falei para os meus advogados, falei para as pessoas que andam comigo, eu falei: "Gente, nem que seja a última coisa que eu faço na minha vida. Alguém tem que pagar por isso, porque é crime".