O príncipe William, 40 anos, herdeiro britânico da Coroa e príncipe de Gales, recentemente chegou a um acordo em um processo de hackeamento de telefone com um tabloide britânico, afirma seu irmão, Harry, 38, em documentos judiciais divulgados nesta terça-feira (25). O filho mais novo do rei Charles III está em guerra contra a imprensa sensacionalista há anos. Ele a culpa pela morte de sua mãe, Diana, em 1997 – vítima de acidente de trânsito em Paris, enquanto era perseguida por paparazzi.
Príncipe e duque de Sussex, Harry lançou ações jurídicas contra jornais britânicos que ele acusa de coletarem informações de forma ilegal. Isso inclui a News Group Newspapers (NGN), editora dos agora extintos Sun e News of the World, que faz parte do império do magnata Rupert Murdoch. A NGN rejeita as acusações, argumentando que são inoportunas.
Em documentos produzidos para uma audiência esta semana, os advogados de Harry revelam que seu irmão, com quem ele tem um relacionamento deteriorado, "recentemente" chegou a um acordo com a NGN "nos bastidores".
O gabinete do príncipe William se recusou a comentar e o advogado do grupo editorial, Anthony Hudson, negou qualquer acordo.
Trato pelo silêncio
Os documentos legais do príncipe Harry detalham que o atraso no processo se deve a um "acordo secreto" entre a família real e o grupo de imprensa. Eles afirmam que a rainha Elizabeth II, que morreu em setembro do ano passado, esteve envolvida em "discussões e autorizações" sobre o suposto acerto. O fato teria impedido que os Windsor processassem a NGN até que outros litígios relacionados às alegações de hackers fossem concluídos.
"A razão para isso foi evitar que um membro da família real fosse colocado no banco das testemunhas e contasse os detalhes das mensagens de voz privadas e altamente confidenciais que foram interceptadas", disse Harry, nos documentos.
Ele acrescenta ter ficado sabendo sobre o trato em 2012. Segundo ele, um fator importante para que não houvesse reclamação de sua parte naquele momento. O duque e o cantor Elton John estão entre as seis figuras públicas que processam a editora do Daily Mail, que acusam de coletar informações ilegalmente, usando os serviços de detetives particulares. O juiz que escutará as apresentações desta semana decidirá se as denúncias contra passarão para julgamento em janeiro.