A reconciliação entre os príncipes William, 40 anos, e Harry, 38, parece impossível após a cascata de revelações sobre sua abalada relação. Poucos dias antes da publicação do livro de memórias do filho caçula do rei Charles III, alguns trechos divulgados pela imprensa expõem, sem qualquer filtro, o rompimento entre eles.
"No Reino Unido, os rumores de disputas na família real não são nada novos, mas nunca desta magnitude", disse à AFP Craig Prescott, especialista constitucional da Universidade de Bangor, no País de Gales.
Em entrevista à emissora ITV que será transmitida no domingo (8), Harry admite que Diana ficaria "triste" ao ver como a relação entre seus dois filhos está tensa. E considera que ela saberia que "há certas coisas que devem ser resolvidas para curar a relação".
Em trechos do livro, intitulado Spare, o duque de Sussex fala ainda sobre sua frustração por ter crescido como "reserva", enquanto seu irmão, "o herdeiro", estava sendo preparado para se tornar rei. Durante muito tempo, William e Harry pareciam muito unidos aos olhos do mundo. Restam imagens, como a dos dois adolescentes caminhando de cabeça baixa atrás do caixão da mãe, em 1997.
Também existem histórias hoje inimagináveis. Em 2011, para o casamento de seu irmão, Harry teria feito um discurso tão emocionante – chamando William de "o irmão perfeito" –que fez a noiva, Kate Middleton, 40, chorar.
Mas tudo isso "acabou", declarava a manchete do jornal britânico Daily Mirror nesta sexta-feira (6), com uma foto de capa dos dois em 1989, na qual Harry, de cinco anos, olha para o irmão mais velho com admiração.
"Você vendeu sua alma, Harry", acusou o Daily Express.
Reconciliação
Quando as divergências eclodiram em 2020 com a saída repentina de Harry e sua esposa, a atriz norte-americana Meghan Markle, 41, da família real, a extensão dos danos ainda era desconhecida. A ruptura foi oficializada um ano depois. O casal, agora morando nos Estados Unidos, acusou a realeza de insensibilidade e racismo em uma entrevista surpreendente à apresentadora Oprah Winfrey.
— Não somos uma família racista, de forma alguma — respondeu William, que, ao lado de Kate, cultiva a imagem de um casal com senso de dever impecável.
Altamente influentes na opinião pública, os tabloides britânicos atacam o comportamento de Harry e Meghan. Desde então, imagens dos dois irmãos juntos são raras.
Os quatro voltaram a aparecer em público juntos em setembro no Castelo de Windsor, após a morte da rainha Elizabeth II. Esta imagem simbólica, a primeira em dois anos e meio, não enganou ninguém, porém. Alguns dias depois, os duques de Sussex foram relegados à segunda fila no funeral da monarca.
Outros temas
O livro Spare também traz relatos sobre outras áreas da vida de Harry. Ele conta, por exemplo, que se arrepende de ter assistido algumas cenas de Meghan Markle na série Suits. Ela atuou na produção de 2011 a 2018 – ano em que se casaram.
A artista interpretava a advogada Rachel Zane, cujo interesse amoroso era Mike Ross (Patrick J. Adams). Em algumas partes da história, os personagens tinham relações sexuais e, segundo o Page Six, o príncipe diz, em tom bem humorado, que "não precisava ter visto aquelas coisas".
Adams, inclusive, compareceu ao casamento de Harry e Meghan em 2018. Ele foi à cerimônia acompanhado da esposa, Troian Bellisario, com quem se casou em 2016.
No livro, Harry também escreve que William se surpreendeu ao saber a identidade de sua namorada. Isso porque o irmão e a esposa, Kate Middleton, eram "telespectadores religiosos" da série. Spare trata ainda de assuntos como a perda da virgindade de Harry e até da roupa nazista que ele usou em uma festa à fantasia em 2005. A obra será lançada na próxima terça-feira (10).