A atriz Yohama Eshima, 34 anos, vive a policial Yone, braço direito da delegada Helô (interpretada por Giovanna Antonelli), em Travessia. O trabalho marca a volta da artista às telas depois de dois anos afastada. Em setembro de 2020, deu à luz Tom, que nasceu com uma condição rara chamada de esclerose tuberosa. Desde então, vinha se dedicando exclusivamente à maternidade.
— No sétimo mês (de gravidez), descobri o rabdomioma cardíaco, que são tumores no coração. Isso é uma característica da esclerose tuberosa. Ali já vimos que ele poderia ter (a esclerose). Depois que ele nasceu, fizemos o exame genético e descobrimos. É uma mutação genética rara. Nem eu nem o Flávio (seu marido, o diretor Flávio Tambellini) temos isso. Existem pessoas com 30, 40 anos que têm, mas não manifestam. Por causa da esclerose, várias outras coisas acontecem com o Tom. Ele é um bebê com deficiência. Tem crises convulsivas diárias, por exemplo — contou à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, nesta terça-feira (18).
No dia a dia com o filho, Yohama tem a ajuda de uma cuidadora.
— Tonzinho faz várias terapias: hidroterapia, terapia ocupacional... Vou conciliando essa dinâmica com as gravações. De alguma forma, senti uma melhora nele. Eu estou ótima trabalhando, plena. E acho que ele sente isso. Eu agradeço imensamente pela forma como meu filho é. As pessoas perguntam: "Que problema o seu filho tem?". Ele não tem problema. Ele tem amor e alegria para dar. Ele só tem uma característica diferente, uma deficiência.
Por fim, contou que já ouviu de um médico que jamais poderia gerar um bebê após o diagnóstico de menopausa precoce, mas seguiu tentando mesmo assim.
— Descobri que tinha menopausa precoce aos 27 anos. Hoje tenho 34. Tive calorão. A menstruação começou a atrasar meses e às vezes não vinha. Minha libido também era diferente, não estava de acordo com uma mulher da minha idade. O médico me falou que eu não poderia ter filho, que eu não tinha mais óvulos. Eu respondi: "Não me interessa o que você está falando. Vou ser mãe de alguma forma". Ele também disse que eu não poderia fazer inseminação artificial. Eu falei: "Você não pode me dizer o que eu não posso fazer". Então, passei a me alimentar melhor e a me exercitar. Sou budista, fiz minhas orações. Recorri a terapias alternativas também. Nada químico. Em cinco meses, engravidei. Não sei te explicar cientificamente como. Mas a gente nunca pode duvidar da nossa capacidade de criar algo. Para mim, era impossível ser mãe, assim como era impossível fazer uma novela das 21h. E tudo isso hoje é realidade — concluiu.