A atriz Carolina Dieckmann entrou para a lista de mulheres que passaram pela cirurgia de explante mamário, ou seja: decidiram retirar as próteses de silicone dos seios. Em um texto autoral publicado pelo portal Mina Bem-Estar, nesta quarta-feira (9), a artista falou sobre a decisão. Primeiramente, explicou o que a levou a colocar as próteses há 13 anos.
"Foi depois de amamentar meu segundo filho, 13 anos atrás, que me olhei no espelho e não reconheci meu corpo. Mais precisamente, meus seios. Eu tinha sido convidada para interpretar uma surfista. Depois de ter engordado 30 quilos, emagrecidos na marra, na base da fome e com peitos amiudados pela amamentação. Hoje, eu sei que me faltava um significado; ou, pelo menos, o entendimento dele. Mas, naquele 2008, preenchida de ausências, e de um desejo de ser como antes, coloquei silicone", começou ela.
Em seguida, Carolina disse que sua decisão de fazer o explante passou pela compreensão de que é natural que o corpo mude ao longo da vida.
"Durante muito tempo, nem falei sobre isso. Quase não se notava, era pequeno, combinava comigo. E além do mais, ficou lindo, que mal pode haver nisso? Mal nele em si, não vi… O mal estava em mim. Um mal de não se compreender como ser mutante. Impermanente, esponjoso de experiências. Um mal de querer voltar quando já não é possível. Que mulher não se transforma desde as profundezas, até os fios de cabelo, com a maternidade? É natural, óbvio, justo, que nossos corpos transbordem essas mudanças. Minha decisão de explantar tem a ver com esse amadurecimento. Não, eu não tive nenhum problema com as próteses. Elas estavam em perfeito estado, sem aderências nem desconforto", afirmou.
A artista também aproveitou o espaço para lançar luz ao número de mulheres que tem optado por reverter o procedimento, inclusive por conta de problemas de saúde.
"Além da escolha livre, muitas mulheres precisam retirar por inúmeros problemas e esse percentual não para de crescer, tanto num caso quanto no outro. Estima-se que no Brasil cerca de 319.000 mulheres coloquem silicone a cada ano. O que o Google não me disse foi quantas dessas mulheres retiram, mas sei que são muitas, cada vez mais", lembrou.
"O meu doce intuito com esse relato é te dizer que fiz, não me arrependi, mas se voltasse no tempo, não faria
CAROLINA DIECKMANN
Por fim, refletiu sobre as motivações que levam muitas a querer passar pelo procedimento.
"O meu doce intuito com esse relato é te dizer que fiz, não me arrependi, mas se voltasse no tempo, não faria. Será que é mesmo sobre o que achamos bonito ou é justo sobre aceitação? Isso porque, apesar de ter ficado satisfeita com o resultado externo, ele nada tinha a ver com quem eu era internamente. Não me representava. E me pergunto: até quando as pressões estéticas externas vão ditar os nossos processos? Será que é mesmo sobre o que achamos bonito ou é justo sobre aceitação? E até onde (e por que) nos permitimos ir numa busca de algo que talvez acalante os olhos, mas nunca o coração? Sei que as cirurgias plásticas ‘salvam’ em inúmeros sentidos e casos. Mas quantas delas são realmente necessárias? Se eu que fiz, não faria. Se cresce o número de mulheres que escolhem tirar. O que isso significa? Eu não tenho uma resposta. O Google também não. Mas talvez você encontre, por mim, por si, e é só por isso que eu vim aqui. Prazer, Carolina, explantada", concluiu.