O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morreu nesta sexta-feira (9), aos 99 anos. A causa da morte não foi revelada.
Em sua trajetória na família real, o duque de Edimburgo esteve envolvido em alguns momentos polêmicos. Relembre essas questões e veja curiosidades sobre Philip, que completaria 100 anos em junho:
Franqueza
O duque de Edimburgo sempre foi conhecido pela franqueza, uma sinceridade quase sem filtros. Entre suas respostas polêmicas, está a vez em que um menino disse que gostaria de ser astronauta, e o duque respondeu: "Nunca poderá voar, está muito gordo".
Já à ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que quase morreu em um ataque dos talibãs por defender o direito de educação das meninas, ele disse que "os pais enviam as crianças para a escola porque não as querem em casa".
Nazismo
Philip tem ascendência alemã, e suas quatro irmãs casaram com nobres germânicos. O problema é que, quando o príncipe e a rainha firmaram os votos, a Europa vivia o momento pós-guerra - e isso colocou em xeque a participação das irmãs de Philip no casamento. Uma delas, a princesa Cecília, havia morrido em um acidente de avião em 1937, e tinha se filiado ao Partido Nazista junto de seu marido no mesmo ano. As outras três que estavam vivas, Teodora, Sofia e Margaret, acabaram sendo proibidas de irem ao casório pelo próprio irmão, já que os maridos tinham relações com os nazistas.
Uma mãe fora da curva
Alice de Battenberg, mãe de Philip, precisou lidar com a surdez desde a infância. Na vida adulta, foi diagnosticada com esquizofrenia e internada em um sanatório na Suíça. O quadro dela piorou quando Philip ainda era criança e, por isso, ele a mãe tiveram uma relação distante. Depois que se recuperou, dedicou-se a trabalhos de caridade na Grécia. No fim da vida, viveu os últimos dois anos ao lado do filho no palácio de Buckingham.
Lady Di
Quando a princesa Diana morreu em um acidente de carro fatal, em 1997, na França, o pai do namorado de Lady Di na época insinuou que o acidente teria sido planejado pelo serviço secreto britânico com o aval do príncipe Philip. Mohamed Al-Fayed, pai de Dodi, teria ainda chamado o duque de Edimburgo de nazista durante o julgamento do caso. A teoria de uma conspiração da família real britânica acabou sendo descartada pelo júri.
Frio com Charles?
As relações com seu filho mais velho Charles "nunca foram especialmente calorosas" e chegaram ao seu nível mais baixo em 1995, segundo o jornal The Mail. Os dois declararam "guerra" após a decisão do duque de cortar 63 árvores de carvalho antigas no parque do castelo de Windsor. O príncipe Charles, ambientalista convencido, teria acusado seu pai de vandalismo, de acordo com o jornal.
Frequentemente descrito como um pai duro e frio, quando Charles era um menino jovem e sensível, ele decidiu enviá-lo ao rígido internato escocês de Gordonstoun, cujos rigores teriam endurecido o atlético Philip, mas acabaram sendo um verdadeiro inferno para seu filho.
Cavaleiro, piloto e pintor
O duque de Edimburgo era conhecido pelo seu amor pelos cavalos e pelas atividades equestres, como polo e corridas de carruagem, um esporte no qual competiu para o Reino Unido. Também gostava de escrever, pilotar aviões e era um grande fã dos automóveis.
Já a paixão do príncipe pela pintura era menos conhecida. Colecionador de obras de arte, ele mesmo também pintava: sua obra mais famosa é um quadro de 1965 que retrata sua esposa lendo o jornal matinal e é intitulado "A rainha no café da manhã, castelo de Windsor".
"Meu repolho"
O apelido carinhoso com o qual o Philip se dirigia à esposa se tornou público em 2006 com o filme The Queen, de Stephen Frears no qual, quando deita-se na cama, o príncipe diz a ela "mova-se, repolho".
— Perguntei nos círculos reais e me disseram de boa fonte que é assim que o duque às vezes chama a rainha — explicou o roteirista do filme, Peter Morgan, ao jornal The Times.
Este apelido carinhoso poderia vir de uma tradução literal da expressão francesa "mon petit chou" ("meu pequeno repolho", em tradução livre), já que Philip viveu sete anos na França durante sua infância.
O sobrenome
Quando Elizabeth II assumiu o trono, a dúvida se instalou na monarquia: a família real deixaria de ser Windsor e se tornaria Mountbatten, sobrenome de Philip? O parlamento inglês era extremamente contrario à ideia, até porque havia toda a confusão dos "parentes nazistas" do duque de Edimburgo. Mas Philip não aceitou que seus descendentes não levassem seu sobrenome. Em 1960, um acordo foi firmado: a Casa de Windsor seguiria com o mesmo nome, entretanto, todos os descendentes da linhagem que fossem homens, sem títulos reais, teriam Mountbatten-Windsor como sobrenome.