O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama estrela a capa da edição de janeiro da revista feminina norte-americana In Style. Em entrevista para a publicação, divulgada nesta quinta-feira (19), o político, que acabou de lançar sua autobiografia, intitulada Uma Terra Prometida, falou sobre as características "de mulheres fortes" da esposa, Michelle, e das filhas, Malia, de 22 anos, e Natasha, de 19.
— Todas elas têm várias qualidades fortes. Acho que as pessoas conhecem Michelle bem o suficiente para saber como ela pode ser incrível como oradora pública. Eles provavelmente estão menos cientes de como é malhar com Michelle quando ela está realmente no seu ritmo. E às vezes isso inclui boxe. Você não quer atrapalhar quando ela está socando um saco - incluindo alguns chutes. Existe força aí — brincou ele.
Em seguida, falou sobre a personalidade das filhas.
— Sasha é, como Malia descreve, completamente confiante sobre sua própria visão do mundo e não se intimida - e nunca foi intimidada - pelos títulos de ninguém, pelas credenciais de ninguém. Se ela achar que algo está errado ou certo, ela vai dizer isso. Quando ela tinha quatro, cinco ou seis anos de idade, uma vez que tomava uma decisão, iria fundo e não poderia ser desviada disso. Escrevo sobre isso no livro, como estávamos tentando levá-la a provar caviar quando visitamos a Rússia. Ela estava tipo, “Hm. Não. Desculpe. Isso parece viscoso. É desagradável. Eu não vou fazer isso, mesmo se eu tiver que desistir da sobremesa”. E essa parte de sua personalidade sempre esteve lá — disse ele.
Por fim, refletiu sobre a personalidade da primogênita.
— E Malia, ela está simplesmente animada. É alguém que gosta das pessoas, da vida e de conversar. Nunca fica entediada, o que é uma qualidade forte que pode levar você a lugares — afirmou.
A edição da revista também adiantou um trecho da biografia em que Obama discorre sobre as influências femininas em sua vida - principalmente da sua mãe, Ann Dunham, que morreu em 1995.
"Para minha mãe, o mundo estava cheio de oportunidades de instrução moral. Mas nunca soube que ela se envolveu em uma campanha política. Como meus avós, ela desconfiava de plataformas, doutrinas, absolutos, preferindo expressar seus valores em uma tela menor. 'O mundo é complicado, Bar. É por isso que é interessante'. Desanimada com a guerra no Sudeste Asiático, ela acabou passando a maior parte de sua vida lá, absorvendo o idioma e a cultura, criando programas de microcrédito para pessoas em situação de pobreza muito antes que o microcrédito se tornasse moda no desenvolvimento internacional. Chocada com o racismo, ela se casou fora de sua raça não uma, mas duas vezes, e passou a esbanjar o que parecia ser um amor inesgotável com seus dois filhos. Enfurecida pelas restrições sociais impostas às mulheres, ela se divorciava dos dois homens quando eles se mostravam autoritários ou decepcionantes, construindo uma carreira de sua própria escolha, criando seus filhos de acordo com seus próprios padrões de decência e praticamente fazendo o que bem entendesse", descreveu ele.
"No mundo da minha mãe, o pessoal realmente era político - embora ela não tivesse muito uso para o slogan. Nada disso quer dizer que ela não tivesse ambição para o filho. Apesar da dificuldade financeira, ela e meus avós me mandaram para Punahou, a melhor escola preparatória do Havaí. A ideia de eu não ir para a faculdade nunca foi entretida. Mas ninguém em minha família jamais teria sugerido que eu poderia ocupar um cargo público algum dia", relatou.