Correção: o tipo de câncer de Patrícia Pillar não foi confirmado como doença de Paget, como publicado entre 08h57min de 15 de outubro de 2020 e 15h22 de 26 de fevereiro de 2024. O texto já foi corrigido.
É quase unanimidade entre as mulheres que passaram pela experiência de serem diagnosticadas com câncer de mama: a melhor escolha é falar sobre o assunto o máximo possível. Quebrar os tabus, conhecer mulheres que saíram vitoriosas da doença e enfrentar de frente o tratamento, com positividade e esperança, são alguns do conselhos que compartilham umas com as outras.
Neste Outubro Rosa, mês que marca a conscientização sobre a doença, Donna recordou mulheres famosas que enfrentaram o câncer de mama - e viraram exemplos de superação.
A apresentadora foi diagnosticada com câncer de mama em março de 2018. Desde o início, compartilhou sua trajetória com a doença publicamente. No ano passado, já curada, comemorou a vitória de seu primeiro mês de outubro sem a doença com um vídeo publicado no seu perfil do Instagram.
— Foi um baque que mudou a minha vida por completo, que revolucionou o meu olhar sobre ela. E mesmo tendo consciência do meu privilegiado acesso a tratamentos dignos e de qualidade, tive, como qualquer paciente oncológica, medo, fraquezas, dúvidas, questionamentos, dores, cansaços, choro. E, no final, eu aprendi mais com a doença do que sofri. Me redescobri. Evoluí como pessoa. E, com muita fé, consegui encontrar uma força em mim que eu não sabia que existia. Pude me dar conta da mais profunda importância do amor, do apoio e do afeto — refletiu na gravação.
A jornalista gaúcha emocionou o país no dia 1º de outubro deste ano ao abandonar a peruca durante as apresentações do Globo Esporte, da RBS TV. O dia escolhido para assumir a careca no ar, resultado da quimioterapia realizada nos últimos meses, também marcou o início das ações para conscientização do câncer de mama e repercutiu em diversos portais de notícias.
Em entrevista à Donna na mesma semana, na edição da qual estrelou a capa, Alice abriu o jogo sobre os altos e baixos do tratamento. No papo, a jornalista revelou como foi a surpresa do diagnóstico, reforçou o papel indispensável de sua família no processo e contou como manteve o seu característico alto-astral durante o período.
— Esse astral mais alto é uma característica minha, gosto de ser assim. Mas, no tratamento, mais do que ter uma intenção, é uma decisão manter o alto-astral. Me permiti cair em vários momentos, mas as levantadas foram na base da leveza, do bom humor. Não é “Vou ver se vou conseguir ficar numa boa". Foi: “Vou ficar numa boa". Não é que eu seja melhor ou pior, cada pessoa passa por isso de um jeito. Cada um leva como conseguir, é o sobreviver — disse ela.
Por fim, afirmou que "ninguém sai dessa doença do mesmo jeito".
— Acho que mudou completamente a minha maneira de ver as pessoas, no sentido de valorizar quem está comigo na vida. E estou tentando dizer isso sem ser clichê, mas não tem muito como (risos). É clichê, é transformador, ninguém entra e sai dessa doença do mesmo jeito. Comigo a mesma coisa, saio outra Alice. Principalmente dando valor às pessoas que estão junto de mim — concluiu.
Em 2002, a atriz tornou público o seu diagnóstico de câncer. No ano seguinte, em entrevista à revista Quem, relatou como lidou com a doença.
A tranquilidade é uma certa resignação ao fato de que a vida não é só felicidade
PATRICIA PILLAR
— Aprender a lidar com o sofrimento na vida traz tranquilidade. Eu lutei. Em nenhum momento perdi o bom astral. A tranquilidade é uma certa resignação ao fato de que a vida não é só felicidade. Ter lidado com o sofrimento, a dor e a perda me fez bem — refletiu.
À mesma publicação, Patrícia explicou a decisão de falar sobre a doença publicamente.
— Compreendo quem esconde. Para mim, falar foi uma libertação. Vivi intensamente o meu sofrimento. É a minha história. Não quis fugir. Preferi enfrentar — justificou.
Por fim, questionada se teve medo de morrer, respondeu:
— Claro. Mas perguntava aos médicos: "E agora, qual o próximo passo? O que tenho de fazer para ficar boa?". Não me senti vítima, nem perguntei por que eu. Todo mundo vai morrer. E isso te junta à humanidade — concluiu.
A modelo, que travou uma luta contra a doença no ano passado, recordou como recebeu o diagnóstico em conversa com a apresentadora Isabella Fiorentino durante uma live no Instagram realizada em agosto. No bate-papo, a top diz que apostou na positividade para encarar o momento difícil.
— Apesar de as pessoas não acreditarem, sou uma pessoa muito alegre. Nessas horas, a cabeça é o mais importante. Ela comanda o coração, o corpo. Acreditava que ,se eu levasse essa alegria, seria bom — relatou.
Na transmissão ao vivo, a modelo ainda explicou porque manteve a doença de forma discreta.
— Quando a gente fala para as pessoas, isso acaba trazendo um desespero. Câncer é uma palavra que assusta. Quando você escuta a palavra câncer, pensa: "Ih, acabou", mas não é assim. Se você descobre no início, há boas chances de recuperação. Obviamente, é uma doença difícil, mas a medicina brasileira é muito boa — afirmou.
Em um depoimento emocionante para a Vogue Brasil neste mês, a cantora contou como o câncer de mama, que ela descobriu em abril de 2010 em um exame de rotina, influenciou sua vida.
A palavra câncer tem um fardo pesado, é quase uma sentença de morte. Isso é um tabu que tem que ser quebrado
ELBA RAMALHO
"A palavra câncer tem um fardo pesado, é quase uma sentença de morte. Isso é um tabu que tem que ser quebrado. E é claro que a cabeça precisa estar no lugar porque é um processo que exige comunhão entre corpo e mente. O medo de morrer, de sofrer, de não superar acaba sendo maior que a possibilidade de sobrevida. Enquanto há vida, há esperança. Optei pela fé, esperança, confiança em Deus e isso me ajudou muito em todos os processos que enfrentei e me ajuda até hoje", relatou.
Elba, que também venceu a covid-19, disse ter um olhar mais sereno sobre a morte.
"Depois de viver o câncer, meu olhar está mais sereno e a certeza de que morreremos um dia é bem mais sólida. Aliás, viveremos para sempre. Me sinto vitoriosa. Já passei por muitas dores e agora a covid-19, que acaba de ser superada. Depositei toda essa energia em meu disco novo que é a esperança alegre de saber esperar o amanhã", concluiu.