A atriz Kristen Stewart estrela a capa de novembro da revista norte-americana In Style. Na entrevista, divulgada nesta quarta-feira (7), a artista, geralmente reservada sobre sua vida pessoal, discorreu sobre como lidou com antigos relacionamentos amorosos na mídia. O assunto veio à tona ao falar sobre seu novo filme, Happiest Season, que retrata o namoro de duas garotas, em que uma aceita melhor a sexualidade do que a outra.
— Ambas são pessoas pelas quais eu realmente me sentia protetora de maneiras diferentes, porque estive em ambos os lados dessa dinâmica em que alguém está tendo dificuldade em reconhecer quem é e a outra pessoa se aceita mais. Eu (pessoalmente) entrei nos aspectos mais complexos de mim um pouco mais tarde. Nunca senti uma vergonha imensa, mas também não me sinto longe dessa história — disse Kristen, que hoje namora a roteirista Dylan Meyer.
Em seguida, relembrou a pressão para que se rotulasse "lésbica" logo na primeira vez que namorou uma mulher.
— A primeira vez que namorei uma garota, imediatamente me perguntaram se eu era lésbica. E é tipo: "Eu tenho 21 anos." Sinto talvez houve coisas que magoaram as pessoas com quem estive. Não porque eu tivesse vergonha de ser abertamente gay, mas porque não gostava de me entregar ao público, de certa forma. Parecia um roubo. Este foi um período em que eu era meio cautelosa — explicou.
Essa "cautela" em não tornar os relacionamentos públicos também afetou seus namoros heterossexuais. Kristen teve um relacionamento com seu par romântico na saga Crepúsculo, o ator Robert Pattinson, por três anos, e os dois não falavam sobre a relação publicamente na época.
— Mesmo em meus relacionamentos anteriores, que eram heterossexuais, fazíamos tudo o que podíamos para não sermos fotografados fazendo coisas, coisas que se tornariam não nossas. Então acho que a pressão adicional de representar um grupo de pessoas, de representar pessoas queer, não foi algo que entendi na época. Só agora posso ver. Retrospectivamente, posso dizer que tenho experiência com essa história. Mas naquela época eu diria: "Não, estou bem. Meus pais estão bem com isso. Está tudo bem." Isso é mentira. É difícil. É estranho. É assim para todos — refletiu.
Por fim, sendo uma pessoa queer e interpretando uma personagem gay em seu último filme, a atriz foi questionada se sente que há uma expectativa de que ela seja uma espécie de "porta-voz" da comunidade LGBT+.
— Fiz mais quando era mais jovem, quando era perseguida por me rotular. Não tive nenhuma reticência em mostrar quem era. Eu saía todos os dias sabendo que seria fotografada enquanto estivesse sendo carinhosa com minha namorada, mas não queria falar sobre isso. Senti uma pressão enorme, mas não foi colocada sobre mim pela comunidade (LGBT+). (...) Agora eu gosto disso. Adoro a ideia de que qualquer coisa que faço com facilidade ajuda alguém que está sofrendo — concluiu.