No início do mês, a modelo Chrissy Teigen e o marido, o cantor John Legend, emocionaram o público ao relatar que o bebê que esperavam morreu após o parto. Na noite desta terça-feira (27), Chrissy publicou um longo texto em que detalha como foi a experiência e fala abertamente sobre a dor da perda de Jack, terceiro filho do casal. Os dois já são pais de Luna, de quatro anos, e Miles, de dois.
A modelo começou o desabafo agradecendo pelas mensagens de carinho que recebeu desde o ocorrido.
"Por semanas, nossos pisos foram cobertos de flores de bondade. As notas inundaram e cada uma foi lida com nossos próprios olhos marejados. Mensagens de estranhos nas redes sociais têm consumido meus dias, a maioria começando com: 'Você provavelmente não vai ler isso, mas ...'. Posso assegurar-lhe, sim. Mas vou te dizer, algumas das melhores cartas começaram com: 'Você não tem que responder a isso, mas ...'. Depois que perdemos Jack, fiquei extremamente preocupada por não ser capaz de agradecer a todos por sua extrema bondade. Muitos compartilharam experiências pessoais incríveis, alguns compartilharam livros e poemas. Queria agradecer a todos, compartilhar nossa história com cada pessoa individualmente. Mas eu sabia que não estava em condições de fazê-lo. Para mim, a nota 'não há necessidade de responder' foi um verdadeiro alívio. Agradeço a todos e cada um deles", começou ela.
Em seguida, a modelo detalhou os problemas da gravidez que levaram à perda do filho. Com 20 semanas de gestação, ela precisaria fazer uma epidural e ser induzida a dar à luz porque estava com descolamento parcial de placenta. Antes de ir ao hospital, a modelo já estava de repouso na cama há um mês, "tentando fazer com que o garotinho chegasse às 28 semanas, uma zona mais segura para o feto". Nesse período, Chrissy sangrava tanto que precisava usar fraldas, contou.
"Poderia ter passado esses dias no hospital, mas não teria feito muita diferença. Ainda era vista por médicos em casa, mudando silenciosamente suas palavras negativas em positivas, pensando que tudo ainda poderia acabar bem. Finalmente, tive uma péssima noite na cama, depois de um ultrassom não muito bom, onde estava sangrando um pouco mais do que minha quantidade anormal. Meu sangramento estava ficando cada vez mais pesado. O fluido ao redor de Jack havia ficado muito baixo - ele mal conseguia flutuar", relatou.
Depois de algumas noites no hospital, seu médico a informou que era hora de dizer adeus, porque Jack não iria sobreviver - e, se a gestação durasse mais, ela também não.
"Tarde da noite, disseram-me que seria hora de deixa-lo ir pela manhã. Chorei um pouco no início, depois entrei em convulsões violentas de lágrimas, minha respiração incapaz de acompanhar minha própria tristeza incrivelmente profunda. Mesmo enquanto escrevo isso agora, posso sentir a dor de novo. O oxigênio foi colocado sobre meu nariz e boca, e essa foi a primeira foto que você viu. Tristeza total e absoluta", disse ela, fazendo referência à foto que compartilhou em seu perfil ao contar da perda do filho nas redes sociais.
Chrissy foi criticada por algumas pessoas por ter postado fotos do momento triste na internet. No texto, ela explicou a decisão - disse que pediu a John e a sua mãe que fizessem os registros, não importava o quanto fosse desconfortável, porque queria lembrar do momento e sabia que iria querer compartilhar sua história.
"Não posso expressar o quão pouco me importo que você odeie as fotos. Quão pouco me importo que seja algo que você não teria feito. Eu vivi isso, eu escolhi fazer isso e, mais do que tudo, essas fotos não são para ninguém, mas para as pessoas que viveram isso ou estão curiosas o suficiente para se perguntar como é algo assim. Essas fotos são apenas para as pessoas que precisam delas. Os pensamentos dos outros não importam para mim", afirmou.
A modelo então explicou como foi o momento de dar à luz ao bebê, que já estava morto.
"Mais tarde naquela noite, fui ao banheiro, olhei para dentro do vaso sanitário (fazia isso há meses) e desmaiei novamente. A enorme quantidade de sangue e coágulos me mostrou exatamente o que eu estava esperando. Já era tempo. (...). Eu fiquei deitada lá por horas, esperando ser informada que era hora de empurrar. Obviamente, não tive que dilatar muito, ele ainda era um pequenininho. Eu estava deitada de lado, trocando de lado a cada hora mais ou menos, sempre que a enfermeira me mandava. Lembro-me de estar deitada do lado direito, olhando para o lado oposto de John, quando me disseram para fazer minha troca. Eu abri minhas pernas e comecei a me virar para encarar John e, assim mesmo, ele estava saindo. Os médicos gritaram um pouco e... Não sei o que dizer, mesmo agora. Ele estava fora. Minha mãe, John e eu o abraçamos e nos despedimos em particular, minha mãe soluçando durante uma oração tailandesa. Pedi às enfermeiras que me mostrassem suas mãos e pés e os beijei sem parar. Não tenho ideia de quando parei. Pode ter durado 10 minutos ou uma hora", refletiu.
Ela então contou que as cinzas de Jack serão espalhadas no solo de uma árvore na nova casa da família. Sobre como está se sentindo, Chrissy afirmou que a experiência criou um buraco em seu coração, mas que foi preenchido com amor.
"Encontro-me chorando aleatoriamente, pensando em como estou feliz por ter duas crianças incrivelmente maravilhosas que enchem esta casa de amor. Eu os sufoco com amor quando eles gritam: 'Mããããe' para mim. Eu não me importo. Também choro quando fico com raiva de mim mesma por ser muito feliz. Às vezes eu leio coisas que me fazem rir, ou vejo uma postagem no Instagram digna de um like (sim, fui embora, mas ainda estou rastejando!). E sempre esqueço que não estou mais grávida. Eu seguro minha barriga quando ando por aí. Eu tenho um momento de surto quando as crianças pulam na minha barriga inexistente. A clareza após esses momentos sempre me deixa triste", contou.
Por fim, explicou por que decidiu escrever o texto.
"Escrevi isso porque sabia que precisava dizer algo antes de poder seguir em frente e voltar à vida, então, realmente, agradeço por me permitir fazer isso. Jack sempre será amado, explicado aos nossos filhos como existindo no vento, nas árvores e nas borboletas que eles veem. Muito obrigado a cada pessoa que nos teve em seus pensamentos ou chegou a nos enviar seu amor e suas histórias. Temos uma sorte incrível", concluiu.