Em uma entrevista para a revista Variety publicada nesta terça-feira (23), a cantora Miley Cyrus, que já defendeu o uso de maconha, revelou que está sóbria há seis meses. Na conversa, explicou que a decisão foi tomada depois de ter conhecimento de históricos familiares que envolviam dependência e saúde mental.
O assunto veio à tona quando Miley foi questionada se já reviu algo que disse no passado e se perguntou: "O que eu estava pensando?".
— Uma das minhas entrevistas favoritas é quando digo: "Quem fuma maconha é um idiota". Essa eu amo enviar para meus pais, que são grandes drogados, de vez em quando. Foi muito importante para mim ao longo do ano passado viver um estilo de vida sóbrio, porque eu realmente queria aprimorar meu ofício. Eu fiz uma cirurgia vocal muito grande em novembro. Eu tive quatro semanas em que não tinha permissão para conversar — contou Miley.
A intervenção cirúrgica teve que ser feita porque a cantora estava com problema nas cordas vocais.
— Meu médico olhou para minhas cordas vocais e disse: "Ninguém tímido precisa fazer essa cirurgia. Isso é do uso excessivo das cordas vocais". Não é surpresa que eu tenha isso. Eu estou em turnê desde os 12 anos, mas nem a turnê é a parte mais difícil. É você ficar acordado até tarde, conhecendo e cumprimentando pessoas e coisas assim. E, obviamente, eu falo bastante — explicou.
Mas Miley acrescentou que continuou sóbria depois da cirurgia após analisar o passado de sua família.
— Estou realmente sóbria nos últimos seis meses. No começo, era apenas por causa da cirurgia vocal. Mas eu estava pensando muito em minha mãe. Minha mãe foi adotada e eu herdei alguns dos sentimentos que ela tinha, sentimentos de abandono e o desejo de provar que você é querido e valioso. Os pais do meu pai se divorciaram quando ele tinha três anos, então meu pai se criou sozinho. Eu fiz muita pesquisa sobre o histórico da família, que tem muitos desafios de dependência e saúde mental. Então, basta se perguntar: "Por que sou do jeito que sou?" Ao entender o passado, entendemos o presente e o futuro com muito mais clareza. Eu acho que a terapia foi ótima — afirmou.
Por fim, a artista comentou que, quando se é jovem, existe um estigma de que quem não usa drogas não é uma pessoa divertida.
— É realmente difícil porque, especialmente sendo jovem, existe o estigma de "você não é divertida". Mas é como, "querida, você pode me chamar de muitas coisas, mas eu sei que sou divertida". O que eu mais amo é acordar 100%, 100% do tempo. Não quero acordar grogue. Eu quero acordar me sentindo pronta —concluiu.