Em entrevista ao Encontro, com Fátima Bernardes nesta quarta-feira (3), a atriz Erika Januza comentou os protestos e movimentos contra o racismo que estão crescendo no mundo e nas redes sociais após a morte de George Floyd, homem negro que morreu após ser sufocado por um policial branco nos Estados Unidos.
– É um assunto muito difícil. Eu fico realmente emocionada, porque é mais um episódio de coisas que acontecem todos os dias e as pessoas insistem em dizer que é mimimi, que racismo não existe afirmou.
Erika, no entanto, ressaltou que o processo de reconhecer o racismo não pode ser pontual.
– Mas não adianta passar por um momento transitório de protesto, de postar aquilo ali e nunca mais falar do assunto. As pessoas têm que conscientizar de vez que ele existe, é real e está ali todos os dias.
No mesmo papo, a atriz também falou de transição capilar – que é abandonar qualquer química que mude a textura, como alisamento, e deixar o cabelo natural. Ela começou o processo após mudar o visual para a série Suburbia, em 2015.
– Eu fiquei totalmente perdida. Aos poucos, fui entendendo que essa mudança capilar foi também foi uma mudança interna. Como comecei a ver as outras pessoas e entender por que me escondia atrás de um cabelo liso.
Para Erika, foi um momento de libertação, mas que não foi fácil e refletiu sobre padrões de beleza:
– A sociedade impõe que o bonito é o liso, o comprido, posso ser a bonita da forma que eu quiser. Se o meu cabelo é crespo, tenho que me sentir feliz e bonita com ele. Não estou dizendo que é fácil. Foi a decisão mais radical que tomei, mas estou muito feliz.