Aos 91 anos de idade - e mais de sete décadas de atuação -, a atriz Laura Cardoso acaba de posar para a capa da Revista Quem. À publicação, relembrou momentos da carreira e da própria vida, dedicada à televisão. Publicada nesta sexta-feira, a reportagem viralizou nas redes sociais - no Twitter, usuários compartilham trechos e elogiam as opiniões de uma das atrizes mais reconhecidas da dramaturgia brasileira.
Além de personagens marcantes, na entrevista Laura recordou também passagens tristes de sua trajetória - como o período da Ditadura Militar, entre 1964 e 1985, em que cogitou desistir da carreira.
- A profissão me preencheu. Mas na Ditadura Militar, tinha medo de trabalhar. Estava no teatro naquela época e não sabia o que podia falar, o que ia acontecer. Ditadura nunca mais! Falta de liberdade é a pior coisa que tem. Quem fala que tem saudade não sabe o que está falando - afirma.
Durante o papo, Laura Cardoso também deu sua opinião sobre homossexualidade - o que rendeu vários comentários no Twitter, elogiando sua posição.
- Se vejo dois homens juntos se amando, ou duas mulheres, acho normal. Cada um é um mundo e pode fazer desse mundo o que quiser. Ninguém tem o direito de te censurar. Eu, hein?! O importante é buscar sua felicidade e dormir com quem você quiser. É um pecado mortal censurar a vontade do outro, o sonho dele. Desde o meu tempo de menina isso existia. Mas era mais em segredo. Hoje não é mais assim. Eu acho lindo ver dois homens de mãos dadas na rua. Por que estragar isso? Sempre fui assim, sem preconceito algum - opina.
À publicação, a atriz ainda falou sobre temas como o assédio.
- O assédio sempre existiu e vai existir sempre. Naquela época havia o assédio, mas acho que não era tão violento ou aberto como é hoje. Uma menina de 16 anos só por ser jovem, já era assediada. Mas dependia muito de aceitar ou não aceitar. No meu tempo era mais velado. Hoje é mais violento. Mas sofri, sim - confessa.