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Nunca faltaram convites para Helena Rizzo fazer televisão. Até o dia em que a chef eleita a melhor do mundo em 2014 disse “sim”. Ela estreou neste mês como a quarta mentora da competição gastronômica The Taste Brasil, do GNT – e agora é a representante feminina no time formado por Claude Troisgros, Felipe Bronze e André Mifano.
– Topei porque, quando estava grávida, assisti ao The Taste e gostei. Conhecia o André e o Claude, que são meus amigos e pessoas que admiro muito, e achei que poderia fazer bem o programa – contou em entrevista por e-mail.
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Também fez diferença a possibilidade de gravar a temporada inteira de uma vez, no começo de janeiro. Desde o nascimento da filha, Manoela, em outubro de 2015, Helena passou a gerenciar ainda mais o tempo à frente do badalado restaurante Maní, em São Paulo, para poder viver plenamente a maternidade.
– Por mais que eu divida minha rotina entre o trabalho e minha casa, todos os momentos em que estou com ela são só alegria.
A seguir, a chef fala de TV, gastronomia, Porto Alegre, cidade onde nasceu, e, claro, da pequena Manô.
Na estreia do The Taste Brasil, Claude deu as boas-vindas a você, anunciando a presença feminina como a novidade deste ano. Como você avalia o espaço das mulheres na alta gastronomia no país e, também, nos programas do gênero na TV?
Esta tem sido uma pergunta recorrente. E acredito que tenha a ver com o momento pelo qual estamos passando, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Finalmente estamos falando e revendo a presença feminina e seu valor onde quer que seja, tenha ela a profissão que tiver. A presença feminina na cozinha é muito grande. Se você me perguntar se existe machismo ainda, vou te responder que sim. Claro que tem. Mas para mim isso nunca foi um problema. Já enfrentei situações desagradáveis, mas nada muito sério. A cozinha profissional é sempre lembrada como um lugar supermasculino, o que não é verdade. E isso, claro, vai se refletindo também nos programas de TV.
Você diz que sua onda não é a do chef celebridade. Como lidar com essa expectativa do público?
Acho que o trabalho na cozinha e em um restaurante é um trabalho puxado e árduo. Às vezes essa imagem do chef propagada fora do ambiente da cozinha não tem muito a ver com a realidade, com o dia a dia, a vida real. Como profissional, você não pode ficar refém de expectativa. A gente tem que fazer o nosso e cada vez ser melhor naquilo que a gente faz.
Qual o impacto de títulos como o de melhor chef do mundo?
Um pouco depois do prêmio, o Maní começou a ficar mais cheio. Passamos a receber bastante gente de fora do país também. Não há como dissociar uma coisa da outra. Prêmios como esse são muito importantes, claro. Sobretudo pelo reconhecimento ao nosso trabalho e dedicação, não apenas ao meu, mas de toda a equipe que dia a dia está ali comigo, fazendo a nossa cozinha melhorar sempre.
Quando vem ao Sul, o que ou onde você faz questão de comer?
Quero ir para o Sul ainda neste semestre, para ficar com a minha família. Quando vou a Porto Alegre, me sinto muito em casa. Meu pai cozinha muito bem e gostamos de comer em casa. Um churrasco, um arroz de carreteiro, comida caseira mesmo.
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E o que da gastronomia gaúcha você levou para sua cozinha?
O que na verdade me influenciou muito foi essa experiência familiar do sul. Por parte de mãe, minha família é italiana e portuguesa. Por parte de pai, alemães e ingleses. Acho que essas influências e essas comidas de casa influenciaram bastante o meu trabalho.
Conta um pouquinho da Helena mãe.
A Manoela foi a coisa mais linda que aconteceu na minha vida. Foi minha maior mudança também. Um aprendizado constante. Muda totalmente a nossa visão de mundo e como a gente se relaciona com ele. É uma alegria acordar de manhã e ver o sorrisinho dela, ganhar um carinho, dar carinho para ela também. Procuro aproveitar bem essa fase e estar o mais perto que consigo.