Esta época do ano é um ótimo momento para colocar novas práticas em ação. Aqueles dias de férias no verão, apesar da correria familiar, podem ajudar a dar um primeiro passo em atividades que você quer começar a colocar na rotina.
Um dos hábitos mais democráticos que podem ajudar a controlar a ansiedade o ano todo é a meditação. Não precisa de nenhum equipamento especial para praticar, é indicado para qualquer pessoa, em qualquer fase da vida, e ainda existem vários “estilos”, como transcendental, raja yoga, vipassana, zazen e tântrica. Com certeza alguma delas você vai se identificar.
O bom para quem quer começar – e para facilitar a adesão depois que a rotina voltar ao normal – é que não existe "o melhor horário" para meditar. Algumas pessoas preferem praticar pela manhã, logo ao acordar. Outras à noite, para desacelerar do dia e preparar para uma boa noite de sono. A minha sugestão é: pratique no melhor horário para você. Sem cobranças ou julgamentos, escolha o tempo que for disponível, e a hora que encaixar na sua rotina.
Se você tem filhos, pode parecer ainda mais difícil encontrar um momento só para si na rotina. Mas não é motivo para desanimar: você pode fazer o seu instante de introspecção antes do seu filho acordar, ou após colocá-lo para dormir. Quando voltar ao trabalho, pode fazer na pausa do seu almoço, ou num intervalo de lanche.
Os pequenos podem participar!
Uma sugestão ainda mais legal é convidar seu filho para praticar junto com você nestas férias. Existem meditações guiadas para crianças e você pode inserir a prática na rotina noturna, por exemplo, criando um pequeno ritual. Vale acender um incenso e/ou uma vela, preparando o ambiente com almofadas ou, quem sabe, após colocar a criança deitadinha na cama, usar a meditação para ajuda-la a acalmar para dormir.
Dicas para quem começar já:
Comece escolhendo uma posição confortável: sentada no chão, de pernas cruzadas e mãos sobre os joelhos ou sentada em uma cadeira, com as mãos sobre as coxas e os pés no chão. Feche os olhos e sinta o seu corpo nessa postura. A coluna deve estar reta, porém não rígida, e a cabeça numa posição neutra com o queixo paralelo ao chão. Encontre o conforto e desligue do mundo externo. Sempre haverá barulhos, apenas aceite a presença deles.
Coloque uma mão na sua barriga e uma mão no seu peito. Apenas sinta o suave movimento da sua respiração, que deve ser sempre pelo nariz, suave, profunda e lenta. Fique de olhos fechados, conectada com o que está acontecendo dentro de você. Sinta o fluir da sua respiração, os batimentos do seu coração.
Em seguida, aprofunde o relaxamento, respirando mais lenta e profundamente, sem forçar, e evite modificar a posição já acomodada. Vá criando consciência de cada parte do seu corpo e leve a intenção de relaxamento para cada parte. Por exemplo, desfranzindo a testa, separando os dentes naturalmente, soltando os ombros etc.
Na sequência, desapegue do controle do que está acontecendo, apenas reconheça os pensamentos e as emoções que forem surgindo, sem julgá-los, e também mantenha a respiração suave. Deixe-os livres pra irem e virem. Assuma uma perspectiva contemplativa, a mesma que você assume diante do pôr do sol ou de um céu estrelado.
Não lute contra sua mente, meditar não é “não pensar em nada” ou ficar com a mente “em branco”. Nós estamos vivas, portanto, pensamentos vão acontecer o tempo inteiro. Durante a prática, quando você perceber que está longe, que se deixou levar pela onda dos pensamentos, sem críticas ou julgamentos, apenas retorne a sua atenção ao seu corpo, a sua respiração, ao que você está fazendo nesse momento.
Você pode, também, dar nomes ao que está sentindo e pensando. Não julgá-los ou criticá-los, mas apenas percebê-los pelo que são, reconhecê-los. Você pode colocar um tempo determinado para esse exercício meditativo, encerrando com um alarme suave, ou pode apenas se deixar levar pelo tempo que sentir vontade. Lembre-se que não existe certo e errado!