Uma passarela de nove metros de comprimento junto ao muro separa a casa principal do espaço de lazer recém-reformado desta casa em Porto Alegre. Ou, se for levado em consideração o astral dos espaços, separam a "cidade da praia".
Comprada nos anos 1990 pelo casal com filhos então pequenos (a construção data de 1950), a morada já contava com uma edícula no fundo do terreno, que foi deixada de lado com o passar dos anos – até ganhar a função de depósito da bagunça.
Promovida a lugar favorito da família, após o trabalho de ampliação das arquitetas Ronize Brancalione e Graziela Lubisco, do escritório Quadrilha Arquitetura e Design, a área foi uma grata surpresa para as profissionais. Ao começarem o projeto, e ao estudarem o telhado, perceberam que era possível criar um charmoso mezanino, que se integrou visualmente ao ferro de demais estruturas e no recanto da bancada da churrasqueira (onde o preto também surge no granito São Gabriel).
– Outro ponto importante era a pitangueira existente no terreno que precisávamos manter. Na lateral, entre a estrutura preexistente e o muro do vizinho, projetamos o espaço zen, que fica junto à árvore e onde também foi colocada estátua do buda – explica Ronize.
Luz natural
Uma parte importante da ampliação se faz por meio da pérgola de vidro temperado com 8mm de espessura (igualmente presente nas esquadrias de portas de correr com sistema mão-amiga, que recolhe todas as folhas no mesmo lado e fica mais leve e amplo) e madeira grápia com tratamento de osmocolor. Entre os usos destas vitrinas está uma oficina de marcenaria onde o dono da casa cria peças em madeiras – algumas delas usadas na ambientação.
Para a salinha de meditação de paredes com plaquetas de tijolos serrados, apenas móveis indispensáveis foram selecionados, valorizando tapetes e almofadas. No teto, mais um material colabora para a atmosfera de repouso: com fechamento em vidro e detalhe em caibros madeiras no teto, uma esteira de palha complementa o visual.