Nesses dias, tenho cozinhado barbaramente e feito descobertas fantásticas. Nunca fui um baita cozinheiro, mas também não sou de me mixar. Talvez fosse preguiça, mesmo ou, quem sabe, força do hábito de resolver diferente.
Ando numas de me desafiar, pegar umas receitas aleatórias e fazê-las. De tudo mesmo: estrogonofe, bacalhau, nhoque, lasanha, feijão, cuscuz, pastel. A produção de pães e de doces também vai de vento em popa.
O Francisco tem aproveitado loucamente, desfrutado de todas essas maravilhas, e ainda contribuído com muitas delas. Para passar o tempo e mudar um pouco o dia da marmota, ele tem um papel importante na rotina. Leva as coisas para a mesa, molha as plantinhas e faz algumas misturas da comida longe do fogão.
Não que eu precise de validação, porque tenho total noção quando acerto e quando ficou faltando algo. Mas, de qualquer forma, sempre que nos sentamos pergunto pra Renata e pro Chico se ficou bom, apenas para ver a satisfação estampada no rosto deles.
Como num ritual, direciono apenas para o Chico mais uma pergunta seguida desta: “Filho, qual a tua comida favorita”?. Ele responde, ainda mastigando, apontando para o prato: “Essa daqui!”.
Sempre, não importa qual seja. O que ele mais gosta é a que está no prato. Pode ser pelo envolvimento que ele criou com a comida, de eventualmente ter feito parte do preparo. É um ato de carinho, de afeto, de cuidado.
Ele gosta muito de pão de queijo, temos o hábito de sempre guardar alguns pacotes no congelador. E como não poderia ser diferente, encafifei de que aí está outra coisa que eu bem poderia reproduzir caseiramente. Fizemos.
Uma xícara de polvilho azedo, uma xícara de queijo Canastra ralado, uma xícara de creme de leite e sal a gosto. Separa em bolinhas e 20 minutos de forno.
Retiro a assadeira, separo numa tábua e vamos todos comer. Acabo o meu primeiro e pergunto pro Chico: “Qual a tua comida favorita, filho?”. Ele sorri satisfeito, e aponta o indicador para os pães de queijo!